O ritmo vigoroso da economia norte-americana
O Estado de S.Paulo
O crescimento norte-americano, anualizado em
5% conforme os dados do terceiro trimestre, foi o maior em 11 anos e
repercutiu positivamente nos mercados, superando as expectativas mais
otimistas. E, ainda mais importante, trata-se de resultado obtido na
terceira e última revisão do produto interno bruto (PIB) pelo
Departamento de Comércio - a segunda estimativa havia indicado alta em
ritmo bem menor, de 3,9%.
A recuperação é vigorosa:
no segundo trimestre a economia cresceu à taxa anualizada de 4,6%, já
tida como promissora após a queda do PIB, de 2,1%, no primeiro
trimestre, em decorrência do inverno rigoroso, que limitou a circulação
de pessoas e o movimento comercial.
Os itens que mais
contribuíram para o avanço real do PIB, segundo a nota do Departamento
de Comércio, foram os gastos com o consumo pessoal, os investimentos
fixos não residenciais, os gastos do governo federal, as exportações, as
despesas dos Estados e dos governos locais e os investimentos fixos em
residências. A diminuição das importações também contribuiu para elevar o
produto interno, mas o aumento da confiança foi o diferencial.
O
avanço do PIB norte-americano contrasta com o crescimento anêmico de
países da União Europeia, como a França, com crescimento de apenas 0,3%
entre o segundo e o terceiro trimestres.
Seis anos depois
da crise das hipotecas subprime, que provocou uma recessão global, a
economia norte-americana está quase refeita. O desemprego de 5,8% caiu
para níveis próximos aos históricos e os pedidos de seguro-desemprego
recuaram, na primeira quinzena do mês.
Entre os problemas, a
inflação ainda muito baixa - o índice do consumidor foi de 1,2% anual,
no terceiro trimestre -, em níveis inferiores aos desejados pelo banco
central (Fed), de 2% ao ano.
A economia dos Estados Unidos
beneficiou-se, nos últimos anos, com o aumento da produção de gás de
folhelho (xisto), reduzindo sua dependência de petróleo. E ganha agora
com a diminuição dos preços do petróleo, repassada aos consumidores, que
podem gastar com outros itens o que gastavam com gasolina.
Entre
outubro e novembro, segundo o Departamento do Comércio, os gastos dos
consumidores cresceram 0,6%, superando as expectativas dos economistas. O
índice de confiança do consumidor, medido pela Reuters e pela
Universidade de Michigan, atingiu 93,6 pontos, o maior nível em oito
anos.
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