sábado, 1 de julho de 2017

A censura no Facebook
 George Orwell escreveu em ‘1984’ que “dia a dia e quase minuto a minuto o passado era atualizado”. A partir de agora, no Facebook, dia a dia e minuto a minuto o presente é censurado.
“Somos uma plataforma aberta para todas as idéias, um lugar onde queremos encorajar a auto-expressão, conexão e o compartilhamento”, explica Richard Allen, vice-presidente de políticas públicas do Facebook na Europa, Oriente Médio e África. Todas… exceto aquelas que, a partir de agora, a polícia do pensamento julgar passíveis de serem deletadas forever and ever, amen.
Declaradamente espantado com o suposto sem-número de discursos de ódio (hate speech) presentes na rede social, em vez de realizar a sábia e cômoda tática de livre mercado, que se auto-regula a si mesmo, agora o negócio do dia é apelar para o controle dos discursos: monitorar, avaliar e censurar postagens, vídeos e qualquer conteúdo público que se enquadre nos excessivamente subjetivos critérios de hate speech definidos pelos magos do politicamente correto. Para isso a plataforma está contratando 3.000 novos funcionários, além dos 4.500 já existentes, com a função específica de cumprir esta nova política pública da empresa, esperando excluir aproximadamente 66.000 postagens por semana. Allen afirmou, com sutil ar de superioridade, que no último mês já foram 288.000.
Orwell era um vidente, um verdadeiro profeta! A polícia do pensamento, descrita na sua opus magna ‘1984’, já está em ação agora por vias não formalmente estatais, mas pelos grandes metacapitalistas – ofertam o pão a bilhões de pessoas e querem ensinar a comê-lo; se nos vendem pães é porque queremos comê-los e não que regulem detalhadamente nosso modo de fazê-lo.  Hugo von Hofmannsthal, dramaturgo austríaco, declarou que “nada está na política de um país que não esteja primeiro na sua literatura”. Não há a mínima necessidade de parafraseá-lo porque é um claro ato político realizado pelo séquito de Zuckerberg, portanto já detalhadamente descrito em livros como o de Orwell.
As vias de controle não são formalmente estatais porque não partem de governo nacional, mas são parte daquilo que podemos chamar de Estado, de grupos ou estruturas de poder e controle que possuem meios de ação concretos para efetivar suas decisões. Pode parecer um delírio do escritor, leitor, eu sei. Raciocine comigo. Empresas nababescas como J&F, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa, Iesa e a Petrobrás (com capital misto) por acaso não são organizações intimamente ligadas ao Estado brasileiro e que participavam ilicitamente do estabelecimento dos rumos da nação conjuntamente com o dito governo formal? Ainda há aquelas que, em grande medida dissociadas do governo formal, regulam os caminhos nacionais pelas pressões e influências que conseguem exercer sobre os cidadãos. O Facebook e o Twitter são algumas delas. São, até onde se sabe, desconectadas da Casa Branca e, mesmo assim, o próprio presidente americano depende delas em grande parte para fazer conhecido seu trabalho e ter uma conexão direta com seu público.
O Facebook é uma plataforma que claramente só chegou a ser este portento empresarial graças às maravilhas que o capitalismo oferece, o Vale do Silício nos EUA, por exemplo. A empresa gozou, e continua gozando, do livre mercado e das políticas econômicas liberais americanas; recebe a invejável liberdade do Estado para crescer e, em troca, gentilmente oferece censura explícita para agradar seus pares metacapitalistas, os grandes grupos de poder e controle: George Soros, a mídia internacional, mega-empresas progressistas e órgãos globalistas internacionais (ONU, UNESCO e UE). Pagam com o mal pelo bem que recebem.
Segundo Richard Allan, “não existe um consenso universalmente aceito sobre quando alguém cruza a linha”. Porém, paradoxalmente, a nova política do Facebook não titubeia em definir sua posição, “nossa atual definição de discurso de ódio é qualquer coisa que ataque diretamente as pessoas com base naquilo que é conhecido como ‘características protegidas’ – raça, etnicidade, origem nacional, afiliação religiosa, orientação sexual, sexo, gênero, identidade de gênero, debilidades sérias ou doença”. Os itens listados são tão gelatinosos e numerosos que praticamente qualquer discurso é um potencial candidato à censura. Basta saber agora quem serão os censores ou, então, quais bases são usadas para explicar cada uma das “características protegidas”.
Não posso sequer arriscar dizer que a situação está preta ou que isso é uma lei da sharia, sob pena de ter este artigo degolado das mídias por potencialmente propagar um discurso de ódio no Foicebook, que afirma haver “muito trabalho a ser feito na definição de limites de discurso online“.
Claro que uma decisão polêmica como esta é declaradamente uma censura pitoresca. Richard Allen admitiu pelos cantos da boca que “quando removemos alguma coisa que você postou e que você acredita ser uma visão política razoável, pode parecer censura”. Como assim pode parecer censura? Recentemente a Suprema Corte americana, de maioria esquerdista (liberal), surpreendentemente decidiu que mesmo as falas que podem ser consideradas racistas ou “discurso de ódio” não devem ser proibidas ou sequer limitadas porque isso fere a liberdade de expressão. Mas não! A rede de Zuckerberg embasa suas polidas políticas públicas em dois trabalhos de pesquisa, um de Timothy Garton Ash e outro de Susan Benesch. O primeiro criou Free Speeh Debate (‘Debate da Liberdade de Expressão’), a fim de observar problemáticas sobre uma base transcultural. O segundo estabelece o Dangerous Speeh Project (‘Projeto Discurso Perigoso’), que investiga a conexão entre discurso e violência.
MW-EP724_soros__ZG_20160620183434Já ouviu a máxima “quem com porcos anda, farelos come”? Pois bem. A organização de Susan Benesch é bancada financeiramente (adivinhem!) pela Fundação MacArthur, grande responsável por investir mais de 38 milhões somente no Brasil para tentar legalizar o aborto no país; é envolvida até as tampas com agendas climáticas, abortistas, imigratórias e relacionadas à ideologia de gênero por todo o mundo. Resumidamente, é uma mega fundação promotora do progressismo pelo mundo. O grupo de trabalhos da Free Speech Debate, por sua vez, não poderia ter outro patrocinador maior que a Open Society Foundations, organização principal das ações do bruxo magnata da confusão mundial, George Soros, acusado de tantos crimes que causam inveja ao capeta.
Concluindo o drama dos financiamentos. O Facebook decide, pelo amor à verdade acadêmica das mais sinceras e imparciais pesquisas, fazer uso, como elevadíssima justificativa, de trabalhos produzidos precisamente por aquelas instituições interessadas em instituir uma nova ordem mundial através da dissolução total das nossas famílias, das consciências individuais, do cristianismo, da filosofia grega e dos fundamentos do direito romano. Marque minhas palavras: os ataques de censura se concentrarão especificamente nos grupos de pessoas que defendem e propagam estas idéias.
Toda censura e abuso de controle de informação não são iniciados com esse nome ou explicitamente, mas começam sempre com a mesma justificativa: segurança e proteção dos cidadãos de si mesmos. Os grupos de poder e controle, então, entram no jogo e se auto-declaram guardiões e garantidores das liberdades individuais e de todas as relações humanas, inclusive daquelas mais frívolas e frias, como as da internet.
Os meios online gradativamente se transformaram na última trincheira de resistência em massa contra a Fake News e todas as barreiras que nos impedem de ter acesso aos conteúdos que realmente importam. Certamente agora as coisas irão mudar – radicalmente –, pois foi a internet o meio crucial no renascimento do conservadorismo e da disseminação da renovação da alta cultura, em especial no Brasil.
O Grande Irmão está de olho! Se, um dia, você tiver um post apagado por alguém que não foi você, já sabe quem foi. Resta-nos, agora, começar a nossa samizdat, aquela rede de difusão de literatura clandestina que punha em circulação materiais fundamentais para a correta orientação dos indivíduos nos regimes totalitários do leste europeu. É preciso arrumar uma portinhola através deste Muro de Berlim que começou a ser erigido entre eu e você. Se precisarmos, retornaremos aos e-mails, aos telefonemas, aos telegramas ou às missivas via cavalo. O que sei é que não pararemos jamais. Não retrocederemos jamais. Jamais desistiremos.

Nenhum comentário: