A pergunta e a investigação são a base do jornalismo
Ricardo Noblat - O GloboAcertou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) quando disse no último sábado em resposta a um jornalista que “a falência da política” é responsável pela pré-candidatura do apresentador de televisão Luciano Huck à presidência da República.
“É um pouco da falência da política, do momento de desgaste generalizado pelo qual passa a política”, argumentou Aécio. “Luciano é um sujeito muito capaz, inteligente. O tempo dirá se ele está ou não preparado para esta missão”.
Teria sido o caso de se perguntar a Aécio se ele estava preparado para a missão quando se candidatou a presidente da República em 2014. E, se estava, por que tão rapidamente desde então deu um jeito de mergulhar fundo na lama?
A política faliu por quê? – outra pergunta que poderia ter sido feita a Aécio. E mais outra que não se fez: De alguma forma, ele não contribuiu para a falência da política ou para a sensação generalizada de que ela faliu?
Políticos, mas não só, detestam responder a perguntas incômodas. Gostam de ditar declarações. E os jornalistas acabam se contentando apenas com o que eles dizem. A pergunta e a investigação são a base do jornalismo.
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