"Rússia, nos salve", "Kharkiv exige um referendo de autonomia" e "O russo é nossa língua" foram algumas das palavras de ordem da manifestação
EFE/OM
Milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (30/03) a favor do federalismo nas principais cidades do leste da Ucrânia, apoiando desta forma a proposta russa de promulgar uma Constituição que amplie os poderes das regiões do país.
Em Kharkiv, a cidade mais importante do leste do país; em Donetsk, capital da bacia carbonífera ucraniana, e em Odessa, principal porto do Mar Negro, ocorreram comícios nos quais os participantes pediram a realização de referendos de autonomia.
"Rússia, nos salve", "Kharkiv exige um referendo de autonomia" e "O russo é nossa língua" foram algumas das palavras de ordem que puderam ser escutados e lidas em cartazes em Kharkiv, durante um ato no qual ondeavam bandeiras tricolores russas.
Após o comício, os manifestantes foram para a sede diplomática russa na cidade e entregaram uma declaração que pedia a Moscou ajuda para convocar um referendo e transformar o sudeste da Ucrânia em uma autonomia.
"Propomos reunir as forças do sudeste, criar um conselho coordenador e uma frente único contra os golpistas (de Kiev). Vemos nosso lugar no Estado dentro da histórica autonomia sudeste", diz o documento, segundo a imprensa local e russa.
Durante o ato, que contou com a participação de cerca de duas mil pessoas e protegido por um forte aparato de segurança, os manifestantes também exigiram que o russo receba o status de segunda língua oficial do Estado ucraniano.
Em Donetsk, cidade natal do presidente deposto ucraniano Viktor Yanukovich, o comício foi realizado na praça Lênin, onde milhares de pessoas se reuniram com bandeiras russas e soviéticas.
Em Odessa, os protestos reuniram cerca de três mil pessoas, segundo fontes policiais. Após um breve comício, os manifestantes marcharam durante várias horas pela cidade, entre gritos a favor da Rússia e da União Aduaneira e contra o Ocidente.
Nesta cidade também ocorreu uma passeata dos partidários do Maidan (coração dos protestos contra Yanukovich), que foram atacados em diversas ocasiões por ativistas pró-Rússia, embora não tenham sido registrados feridos.
Também houve manifestações a favor do federalismo organizadas por grupos pró-Rússia nas capitais regionais de Dnipropetrovsk e Lugansk.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, tornou público no sábado um plano para transformar a Ucrânia, através de uma reforma constitucional, em uma Federação que concilie os interesses do leste, de maioria russa, e do oeste europeísta.
Moscou considera que se isso não ocorrer, Kiev perderá também as regiões orientais, as mais ricas do país e onde os ânimos separatistas se alastraram desde a derrocada de Yanukovich no final de fevereiro.
Segundo o plano russo, cada região teria amplas competências nos âmbitos econômico, financeiro, cultural, linguístico, educacional e de relações econômicas e culturais exteriores com os países vizinhos.
A Constituição federativa deveria ser aprovada em referendo, após o qual seriam realizadas eleições presidenciais, parlamentares e municipais.
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