Reinaldo Azevedo - VEJA
Pois
é… Sabem o jatinho em que morreu Eduardo Campos e mais seis? É aquele
que, segundo Beto Albuquerque, agora vice na chapa de Marina Silva, NÃO É
PROBLEMA do PSB! Seria, então, de quem? A Folha teve
acesso ao contrato — ou algo assim… — de venda do avião, que pertencia à
AF Andrade, para um comprador. Que comprador? Não dá para saber! O nome
é ilegível. Leiam trecho da reportagem de Mario Cesar Carvalho. Volto
em seguida.
*
A proposta que selou a compra, por US$ 8,5 milhões (R$ 19 milhões), do jato que caiu com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) não cita nome nem informações sobre quem adquiriu a aeronave e não foi registrada em cartório. O documento, obtido pela Folha, traz só uma assinatura ao lado do local e data da proposta de compra (Recife, 15 de maio de 2014), o que é inusual para um negócio de quase R$ 20 milhões. O empresário pernambucano que foi apresentado pelo antigo dono do jato como o comprador, João Lyra de Mello Filho, recebeu da reportagem uma cópia do documento, mas não quis comentar se a assinatura na proposta era dele. João Lyra é dono de uma financeira em Recife, já foi multado por lavagem de dinheiro e não tem capacidade financeira de assumir uma dívida de US$ 8,5 milhões, segundo a Cessna.
A proposta que selou a compra, por US$ 8,5 milhões (R$ 19 milhões), do jato que caiu com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) não cita nome nem informações sobre quem adquiriu a aeronave e não foi registrada em cartório. O documento, obtido pela Folha, traz só uma assinatura ao lado do local e data da proposta de compra (Recife, 15 de maio de 2014), o que é inusual para um negócio de quase R$ 20 milhões. O empresário pernambucano que foi apresentado pelo antigo dono do jato como o comprador, João Lyra de Mello Filho, recebeu da reportagem uma cópia do documento, mas não quis comentar se a assinatura na proposta era dele. João Lyra é dono de uma financeira em Recife, já foi multado por lavagem de dinheiro e não tem capacidade financeira de assumir uma dívida de US$ 8,5 milhões, segundo a Cessna.
O
fabricante do jato recusou o nome dele para herdar o financiamento por
falta de capacidade econômica. No contrato, o comprador se dispõe a
pagar “todos os custos operacionais diretos e fixos da aeronave”,
incluindo manutenção e salários dos pilotos. Os vendedores do jato,
Alexandre e Fabrício Andrade, são os donos do grupo A. F. Andrade, de
Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), que já teve a maior usina de
álcool no país, mas está em recuperação judicial, com dívidas que somam
R$ 341 milhões. A ausência do nome é um indício de que o jato pode ter
sido comprado com recursos de caixa dois de empresários ou do partido,
segundo policiais ouvidos pela Folha.
(…)
Três advogados ouvidos pela reportagem, dois deles sob condição de que seus nomes não fossem citados, classificaram o documento de “papel de pão”, gíria para designar algo sem validade.
(…)
Voltei (…)
Três advogados ouvidos pela reportagem, dois deles sob condição de que seus nomes não fossem citados, classificaram o documento de “papel de pão”, gíria para designar algo sem validade.
(…)
É impressionante que os dirigentes do PSB procurem fazer cara de paisagem diante de um troço como esse. Caso Marina Silva seja eleita, é claro que seu mandato já começa com um escândalo no armário — evidência escancarada da “velha política”.
Não se
trata de jogar a responsabilidade do avião nas suas costas. A questão
não é pessoal. Caso se eleja, ela chega ao poder com um grupo de
pessoas, com quem vai dividir a gestão — ou ela vai se declarar
independente do PSB também? De resto, quando Marina foi bater à porta de
Eduardo Campos, foi em busca também de sua estrutura, não é? Se ela
apenas quisesse participar do pleito, poderia ter escolhido uma das
várias pequenas legendas que lhe ofereceram abrigo temporário.
Qualquer
político estaria obrigado a explicar esse imbróglio. No caso de Marina,
esse peso é ligeiramente maior porque ela aponta o dedo contra todo o
processo político e o chama de “velho” e viciado. E aquele em que ela se
encora hoje? É o quê?
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