Ala aecista do partido já dá como certa adesão da legenda ao governo da candidata do PSB, caso eleita. Cúpula da legenda espera ambiente hostil
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Marina Silva: na mira do PMDB
(Alfredo Risk/Futura Press)
A cúpula peemedebista, responsável pelo apoio pró-Dilma e que tem em Michel Temer, Renan Calheiros e José Sarney seus expoentes, quer colocar a máquina do partido para derrotar Marina no 2º turno. Em caso de vitória da candidata do PSB, esse grupo fala em dar os tradicionais 100 primeiros dias de trégua ao seu governo para, nesse período, aguardar os sinais da ex-ministra. Prevê, porém, uma relação hostil. Justamente por onde a outra ala planeja crescer. Geddel Vieira Lima, candidato ao Senado pela Bahia, tem interesse em liderar esse movimento.
Os aecistas do PMDB, em processo de transfiguração para neomarineiros, querem começar a emitir os sinais da adesão ao fechar das urnas do primeiro turno. Estão espalhados por Estados como Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, prontos para deflagrar esse processo. "Marina já sinalizou que abrirá o diálogo com os políticos. Temos plenas condições de dar sustentabilidade e governabilidade a ela", disse o vice-líder da bancada da Câmara, Danilo Forte (CE).
Até mesmo peemedebistas egressos de Estados que apoiam Dilma avaliam que o PMDB estará com Marina se ela vencer. "O PMDB é um partido pragmático. Não teria problemas em se reposicionar e integrar a base de Marina", disse Saraiva Felipe (MG), ex-ministro da Saúde do governo Lula. Além de derrotar Dilma, essa ala do PMDB pretende aproveitar o embalo para contestar Temer no comando da sigla. Afinal, é ele o maior avalista do acordo com o PT. Assim, a eleição de Marina resultaria em um reposicionamento interno de forças políticas na legenda.
Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) seriam os interlocutores naturais, uma vez que próximos a Marina. Mas o problema é que eles não têm força interna para, sozinhos, conduzirem o partido rumo a ela. Uma aposta é que os governadores eleitos pelo partido possam fazer essa intermediação, uma vez que há uma dependência financeira grande dos Estados em relação à União, o que torna a aproximação necessária.
Nomes como os senadores Eduardo Braga (AM) e Eunício Oliveira (CE) e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que lideram as pesquisas eleitorais em seus Estados, são algumas opções. Entretanto, por motivos óbvios, a relação também terá necessariamente de passar pelo Congresso Nacional, onde o cenário hoje colocado para comandar as duas Casas é de dois peemedebistas conhecidos por jogar duro com o Palácio do Planalto: o senador Renan Calheiros (AL) e o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Uma vez eleitos, o jogo terá de passar por eles.
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