CLÓVIS ROSSI - FSP
A crise grega e a reação dos mercados neste início de segunda-feira, 29, levou Michael Hewson, analista da consultora CMC Markets, a ressuscitar a chamada Teoria do Caos.
"A borboleta grega parece a ponto de causar uma tempestade sobre os mercados financeiros", disse Hewson a "Le Monde".
É uma alusão à hipótese de que o bater das asas de uma borboleta pode
causar um furacão do outro lado do mundo, como diz a Teoria do Caos.
Se o caos no mundo virá mesmo ou não, é cedo para dizer. Mas para a Grécia, chegou-se de fato ao ponto de ruptura.
O primeiro-ministro Alexis Tsipras esticou tanto a corda que corre o risco de ser enforcado ele próprio e, pior ainda, o seu país, já atormentado por cinco anos de "austericídio" imposto pelos parceiros europeus (parceiros?).
Ao romper as negociações com a Europa e convocar um referendo sobre as propostas europeias para prorrogar o socorro à Grécia, tudo o que o premiê conseguiu foi explicitar o que todo o mundo intuía: os bancos gregos não sobrevivem sem ajuda do Banco Central Europeu.
Quando o BCE impôs um teto à ajuda, o governo grego teve que decretar feriado bancário e o "corralito", tão conhecido dos argentinos.
Afinal, o rompimento das negociações provocou uma corrida aos caixas eletrônicos, porque era fim de semana, sinal óbvio de que ela se repetiria nesta segunda-feira, quando os bancos reabrissem.
Não reabriram nem podiam fazê-lo porque as asas da borboleta estavam batendo furiosamente.
Tsipras tem todas as razões do mundo para queixar-se da austeridade imposta à Grécia. Foi um desastre de grandes proporções do ponto de vista econômico e social.
Logo, mais do mesmo, como exigiam a Europa e o Fundo Monetário Internacional, só poderia conduzir a mais dor.
Agora, no entanto, o que Tsipras tem que avaliar é o que causa mais dor: uma dose adicional de austeridade ou a saída forçada do euro, o que seria, como diz "Le Monde" na capa desta segunda, a entrada em "terra incognita" —assim mesmo em latim.
A menos, é claro, que o bater das asas da borboleta grega tenha assustado tanto a Europa que seus líderes resolvam ser flexíveis e abrandar a austeridade a um ponto aceitável para Tsipras e seus pares do Syriza, a coligação de esquerda radical.
Se o caos no mundo virá mesmo ou não, é cedo para dizer. Mas para a Grécia, chegou-se de fato ao ponto de ruptura.
O primeiro-ministro Alexis Tsipras esticou tanto a corda que corre o risco de ser enforcado ele próprio e, pior ainda, o seu país, já atormentado por cinco anos de "austericídio" imposto pelos parceiros europeus (parceiros?).
Ao romper as negociações com a Europa e convocar um referendo sobre as propostas europeias para prorrogar o socorro à Grécia, tudo o que o premiê conseguiu foi explicitar o que todo o mundo intuía: os bancos gregos não sobrevivem sem ajuda do Banco Central Europeu.
Quando o BCE impôs um teto à ajuda, o governo grego teve que decretar feriado bancário e o "corralito", tão conhecido dos argentinos.
Afinal, o rompimento das negociações provocou uma corrida aos caixas eletrônicos, porque era fim de semana, sinal óbvio de que ela se repetiria nesta segunda-feira, quando os bancos reabrissem.
Não reabriram nem podiam fazê-lo porque as asas da borboleta estavam batendo furiosamente.
Tsipras tem todas as razões do mundo para queixar-se da austeridade imposta à Grécia. Foi um desastre de grandes proporções do ponto de vista econômico e social.
Logo, mais do mesmo, como exigiam a Europa e o Fundo Monetário Internacional, só poderia conduzir a mais dor.
Agora, no entanto, o que Tsipras tem que avaliar é o que causa mais dor: uma dose adicional de austeridade ou a saída forçada do euro, o que seria, como diz "Le Monde" na capa desta segunda, a entrada em "terra incognita" —assim mesmo em latim.
A menos, é claro, que o bater das asas da borboleta grega tenha assustado tanto a Europa que seus líderes resolvam ser flexíveis e abrandar a austeridade a um ponto aceitável para Tsipras e seus pares do Syriza, a coligação de esquerda radical.
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