Foi quanto Gim Argello cobrou para “matar” a CPI da Petrobras em 2014
VEJA
Quando
parlamentares se empenharam em criar uma CPI para investigar denúncias
de corrupção na Petrobras, em meados do ano passado, todos sabiam o
potencial de destruição que o caso tinha. Instalada no Senado logo
depois das primeiras revelações da Operação Lava-Jato, a comissão foi
encerrada sem apurar absolutamente nada. E não foi por incompetência,
negligência nem omissão. Sabe-se agora que congressistas foram pagos
para fechar os olhos diante das evidências de corrupção. Enquanto
posavam perante as câmeras como defensores do contribuinte, nos
bastidores os principais integrantes da CPI extorquiam os empresários
investigados pela Polícia Federal. A tática é antiga: os senadores
anunciam a intenção de convocar para depor os empreiteiros envolvidos no
escândalo e depois negociam a não convocação. Ricardo Pessoa corria o
risco de ser intimado a depor, e ele mesmo se encarregou de contornar o
problema. Mas custou caro. Uma bolada de 5 milhões de reais. O
pagamento, segundo ele, foi negociado pelo dono da UTC diretamente com o
então senador Gim Argello, líder do PTB e vice-presidente da comissão.
O empresário contou aos investigadores que as tratativas ocorreram por
meio do senador porque ele exercia "forte influência" sobre o presidente
da CPI, Vital do Rêgo, o atual ministro do Tribunal de Contas da União,
e sobre o relator da comissão, o deputado Marco Maia (PT-RS). Na
"conversa" com Argello em Brasília, Ricardo Pessoa foi orientado a pagar
os 5 milhões de reais em forma de "doações oficiais" da UTC. O
empreiteiro entregou às autoridades uma lista dos partidos que foram
usados para receber o dinheiro e o nome do operador do esquema, um
lobista chamado Paulo Roxo. Além de Gim Argello, Pessoa cita o nome do
deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que, segundo ele, ganhou 150 000 reais
na mesma operação.
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