terça-feira, 30 de junho de 2015

Prazo expira e Grécia dá calote de 1,6 bi de euros no FMI
Com o atraso do pagamento da dívida, Grécia se torna o primeiro país desenvolvido a dar um calote no Fundo Monetário Internacional
VEJA
Terminou às 19 horas desta terça-feira (meia-noite em Bruxelas, na Bélgica) o prazo para a Grécia pagar a parcela de 1,6 bilhão de euros que devia para o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso, o país se torna a primeira nação desenvolvida a dar um calote no fundo. Em termos técnicos, o FMI só considera calote o atraso de mais de seis meses do pagamento da dívida a partir do dia do vencimento.
O atraso no pagamento já era esperado, uma vez que o Eurogrupo havia rejeitado um pedido de última hora feito pela Grécia para liberar um pacote de socorro. Com isso, a crise na Grécia, que já era profunda, acentua-se ainda mais. Isso porque, no mesmo horário, expirou o pacote de auxílio financeiro do FMI e do Banco Central Europeu.
Ao longo da última semana, reuniões foram feitas entre o Eurogrupo e o governo grego para solucionar o impasse sobre a dívida do país, mas todas as tratativas fracassaram.
Sem chegar a um acordo, o governo comandado pelo partido de esquerda Syriza convocou um prebliscito para o próximo domingo. Nele, a população deve opinar se aceita ou não as propostas feitas pelos credores para liberarem o pacote de socorro. Entre as medidas, está o corte de salários e de benefícios sociais.
Desde segunda-feira, os bancos estão fechados e transações de cartões de crédito e débito para contas fora da Grécia estão proibidas. As imposições anunciadas no último domingo visam impedir uma corrida da população aos bancos para sacar dinheiro. Sem recursos disponíveis, o sistema financeiro do país entra em colapso.
Na segunda-feira, milhares de gregos saíram às ruas para declarar apoio ao "não" no referendo. Nesta terça, outros milhares de cidadãos se manifestaram a favor do "sim" às propostas dos credores internacionais.
Os líderes europeus já deixaram claro que o que está em jogo não é apenas o calote, mas a permanência do país na Zona do Euro. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que se sentiu "traído" por Tsipras e quem disser "não" na consulta popular estará votando contra a Europa.
Em pronunciamento transmitido em rede nacional nesta segunda-feira, o primeiro-ministro fez um apelo à população para que vote contra as propostas dos credores e ressaltou que ela não significa uma saída automática da Grécia da unidade monetária da Europa.
"Eu não acho que o plano deles seja expulsar a Grécia da Zona do Euro, mas acabar com as esperanças de que pode haver políticas diferentes na Europa", disse Tsipras no pronunciamento.

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