Mais e melhor
Joana Petiz - DN
Quase
mil milhões de euros de faturação e mais de 6 milhões de turistas
recebidos. É este o saldo dos meses de verão, um quarto do ano que
representa novo recorde de resultados num setor que, nos últimos anos,
assumiu uma importância única na nossa economia. Desburocratizou-se sem
perder o controlo que permite manter os níveis de qualidade. Pôs-se fim
às taxas e taxinhas - ainda que o IVA a 23% tenha permanecido um
obstáculo a voos ainda maiores. Deu-se a conhecer o país a quem nunca
tinha ouvido falar dele, espalhou-se a palavra e ganhou-se a melhor
publicidade possível: o boca a boca. E com tudo isso Portugal deixou de
ser mais um simples poiso de praia em competição com o resto do Sul da
Europa e tornou-se um destino turístico europeu valorizado. Uma última
barreira, porém, não foi ainda quebrada: o emprego não cresceu ao ritmo
dos restantes indicadores do setor. Mas se tudo indica que este
desenvolvimento veio para ficar, que o crescimento é sustentado, o que
isto significa é que há aqui uma oportunidade que é imperativo
aproveitar. Menos apertadas nas amarras da austeridade e com a
perspetiva de uma menor carga fiscal, cabe agora às empresas dar mais
este passo. Que não passa por resolver picos de procura preenchendo
lugares a prazo, mas apostando realmente em quem pode melhorar a sua
oferta, torná-la mais competitiva. Só subindo sustentadamente os níveis
de qualidade e encontrando formas de se distinguir dos restantes é
possível dar mais um passo em frente - um bed & breakfast não tem de
dar o que um cinco estrelas oferece, mas deve procurar detalhes que o
aproximem do melhor que é feito ao seu nível. E isso passa não apenas
pelas condições do alojamento. É sobretudo garantido pelas pessoas que
recebem os turistas. Portugal tem boas escolas, bons profissionais, não
será difícil encontrar quem seja capaz de preencher boas oportunidades
de trabalho.
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