Corpo do empresário foragido da Operação Turbulência, que teria dado o dinheiro para comprar avião que matou candidato, aparece num motel de Olinda
Huuummm…
A gente sabe que, em política, dificilmente um cadáver é um cadáver é
um cadáver. Vamos lá. Lembrem-se de Paulo Cesar Farias, Celso Daniel,
Toninho do PT…
Algo de
muito estranho se deu nesta quarta-feira com outro Paulo César: o Barros
Morato. Ele era um dos principais alvos da Operação Turbulência, que
investiga um mega-esquema de desvios de recursos com ligações evidentes
com a campanha de Eduardo Campos e Marina Silva em 2014. Estava foragido
e foi encontrado morto no motel Tititi, em Olinda (PE).
Segundo a
Polícia Federal, o empresário era o testa de ferro de uma estrutura que
repassava recursos para campanhas políticas, muito especialmente as de
Campos de 2010 (governo de Pernambuco) e de 2014 (Presidência). O grupo
teria movimentado a fabulosa soma de R$ 600 milhões.
Qual a
ligação entre Barros Morato e a campanha presidencial de Campos? Imensa!
Ele era atualmente o único sócio da empresa de fachada Câmara &
Vasconcelos Terraplenagem, que, por exemplo, recebeu da OAS a fabulosa
quantia de R$ 18,8 milhões para supostamente atuar nas obras de
transposição do São Francisco. Ocorre que a empresa não existia.
Segundo a
PF, o dinheiro foi usado para comprar aquele jatinho que caiu no dia 13
de agosto e matou Eduardo Campos, então candidato do PSB à Presidência,
tendo Marina como vice. Oficialmente a aeronave pertencia a João Carlos
Lyra Pessoa de Melo Filho, que seria o chefe da organização criminosa e
cuidaria das propinas que estariam sob o guarda-chuva do ex-governador.
A Operação
Turbulência, diga-se, foi deflagrada justamente à esteira do acidente,
já que não se conseguia saber, afinal de contas, quem era o verdadeiro
dono da aeronave. Nos bastidores da política, todo mundo sabe disto, a
hipótese dada como certa era a de que a avião pertencia ao próprio
candidato, mas isso nunca ficou evidenciado.
Melo Filho
foi um dos quatro presos pela Operação. Os outros três são Eduardo
Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal.
Barros Morato, agora um defunto, era o único foragido.
Lava-Jato
A Polícia Federal já tem evidências de que o esquema apurado pela Turbulência negociou com a estrutura criminosa do petrolão, muito especialmente com Alberto Youssef. Não custa lembrar que Campos estava na primeira lista de pessoas implicadas no esquema pelo doleiro. Ninguém duvida de que, estivesse vivo, seria um dos principais alvos da Lava-Jato.
A Polícia Federal já tem evidências de que o esquema apurado pela Turbulência negociou com a estrutura criminosa do petrolão, muito especialmente com Alberto Youssef. Não custa lembrar que Campos estava na primeira lista de pessoas implicadas no esquema pelo doleiro. Ninguém duvida de que, estivesse vivo, seria um dos principais alvos da Lava-Jato.
Não se
trata aqui de querer forçar a mão para ligar Marina à investigação, mas o
fato é que a nossa moralizadora de plantão herdou a estrutura de
campanha que Campos montou. E, por algum tempo ao menos, chegou a
parecer que seria bem-sucedida. Como a gente nota, os caminhos da
política brasileira nem sempre são muito claros, não é mesmo?
No caso de
se fazerem novas eleições, como Marina diz querer, não parece que
também ela reúna as melhores condições para disputar. Tudo indica que a
tal operação pode lhes ser mais turbulenta do que imaginava.
Hipóteses
Quais as hipóteses para a morte de Barros Morato? A primeira e óbvia é suicídio. Estranho… No motel Tititi?
Lembrem-se
mais uma vez: o “suicidado” mais famoso do Brasil também era um Paulo
Cesar, no caso o Farias, que tinha sido caixa de campanha de Fernando
Collor.
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