Daniel Buarque
Com a aproximação da Olimpíada, “nunca a imprensa internacional noticiou tanto o Brasil'', segundo um longo artigo publicado pelo jornal “Valor Econômico''. O problema é que a imagem do país mostrada por esta cobertura estrangeira tem sido bem negativa.
“O que tem ocorrido até agora, no entanto, é uma catástrofe de relações públicas porque, com raríssimas exceções, o material publicado é absolutamente negativo para o país'', diz o texto, assinado pelo professor Carlos Eduardo Lins da Silva, livre-docente e doutor pela USP.
O artigo levanta muitos dos casos mais recentes em que o Brasil foi descrito de forma negativa no exterior, com reportagens sobre violência, sobre problemas nos preparativos e movimentações pedindo o cancelamento dos Jogos Olímpicos. Ele cita ainda o segmento do programa Late Show, que ironizou o país.
Com base em estudos sobre o efeito de grandes eventos na imagem do país-sede, Lins da Silva argumenta, entretanto, que não é possível inferir que o Brasil será necessariamente menos bem apreciado em outros países ou verá diminuído o fluxo de turismo ou investimentos.
Este blog Brasilianismo tem acompanhado essa cobertura negativa desde bem antes da Olimpíada, quando as crises econômica e política já dominavam a cobertura relacionada ao Brasil, mostrando essa imagem de forma muito negativa. Desde então, entretanto, destacou que os principais levantamentos sobre a reputação do país indicavam que a impressão das pessoas sobre o Brasil não havia mudado muito. Em um caso específico, o da pesquisa Nation Brands Index, a imagem do Brasil até melhorou no ranking mundial.
Pesquisadores explicam isso com base no fato de que o conhecimento que o resto do mundo tem sobre o Brasil (ou sobre qualquer outro país que não afete diretamente suas vidas) é muito superficial. As pessoas no resto do mundo já têm uma impressão sobre o Brasil, e isso não muda radicalmente com a cobertura da imprensa.
Ainda assim, é interessante ler no artigo publicado pelo “Valor'' uma análise aprofundada sobre o caso atual do Brasil.
“O Brasil não precisava da Olimpíada para compensar um déficit de simpatia global'', diz. “O objetivo do governo Lula parecia ser mais o de tentar fazer crescer exponencialmente um capital positivo já acumulado'' – E foi essa expectativa que ficou frustrada com a cobertura que está acontecendo atualmente.
“Apesar dessa avalanche de más notícias, se o padrão de cobertura revelado pelos estudiosos de Iowa se repetir, durante os Jogos elas diminuirão e depois voltarão ao nível de antes (a não ser que algo realmente muito trágico ainda aconteça, como nos Jogos do México em 1968 ou de Munique em 1972)'', diz o artigo.
“Mais provável, o Brasil sobreviverá à atual quase hecatombe de imagem e deverá manter no médio e longo prazos sua apreciação internacional positiva mais ou menos inabalada. No entanto, este desgaste desnecessário, ainda que venha a ser temporário, poderia ter sido evitado.''
“O que tem ocorrido até agora, no entanto, é uma catástrofe de relações públicas porque, com raríssimas exceções, o material publicado é absolutamente negativo para o país'', diz o texto, assinado pelo professor Carlos Eduardo Lins da Silva, livre-docente e doutor pela USP.
O artigo levanta muitos dos casos mais recentes em que o Brasil foi descrito de forma negativa no exterior, com reportagens sobre violência, sobre problemas nos preparativos e movimentações pedindo o cancelamento dos Jogos Olímpicos. Ele cita ainda o segmento do programa Late Show, que ironizou o país.
Com base em estudos sobre o efeito de grandes eventos na imagem do país-sede, Lins da Silva argumenta, entretanto, que não é possível inferir que o Brasil será necessariamente menos bem apreciado em outros países ou verá diminuído o fluxo de turismo ou investimentos.
Este blog Brasilianismo tem acompanhado essa cobertura negativa desde bem antes da Olimpíada, quando as crises econômica e política já dominavam a cobertura relacionada ao Brasil, mostrando essa imagem de forma muito negativa. Desde então, entretanto, destacou que os principais levantamentos sobre a reputação do país indicavam que a impressão das pessoas sobre o Brasil não havia mudado muito. Em um caso específico, o da pesquisa Nation Brands Index, a imagem do Brasil até melhorou no ranking mundial.
Pesquisadores explicam isso com base no fato de que o conhecimento que o resto do mundo tem sobre o Brasil (ou sobre qualquer outro país que não afete diretamente suas vidas) é muito superficial. As pessoas no resto do mundo já têm uma impressão sobre o Brasil, e isso não muda radicalmente com a cobertura da imprensa.
Ainda assim, é interessante ler no artigo publicado pelo “Valor'' uma análise aprofundada sobre o caso atual do Brasil.
“O Brasil não precisava da Olimpíada para compensar um déficit de simpatia global'', diz. “O objetivo do governo Lula parecia ser mais o de tentar fazer crescer exponencialmente um capital positivo já acumulado'' – E foi essa expectativa que ficou frustrada com a cobertura que está acontecendo atualmente.
“Apesar dessa avalanche de más notícias, se o padrão de cobertura revelado pelos estudiosos de Iowa se repetir, durante os Jogos elas diminuirão e depois voltarão ao nível de antes (a não ser que algo realmente muito trágico ainda aconteça, como nos Jogos do México em 1968 ou de Munique em 1972)'', diz o artigo.
“Mais provável, o Brasil sobreviverá à atual quase hecatombe de imagem e deverá manter no médio e longo prazos sua apreciação internacional positiva mais ou menos inabalada. No entanto, este desgaste desnecessário, ainda que venha a ser temporário, poderia ter sido evitado.''
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