Fazendeiros europeus exigem que Mercosul garanta rastreabilidade do gado brasileiro
Grupos de defesa agropecuários afirmam que padrão de qualidade do Brasil é inferior ao europeu
O Globo
O Comitê de Organizações Agrícolas Profissionais (Copa) e o
Comitê Geral para Cooperação Agrícola na União Europeia (Cogeca), duss
entidades de representação de fazendeiros pecuaristas do bloco
econômico, exigem que o Mercosul assegure a rastreabilidade do gado em
meio às repercussões internacionais do escândalo de corrupção envolvendo
grandes frigoríficos brasileiros em um esquema de manipulação de
carnes, deflagrado pela Operação Carne Fraca na semana passada pela
Polícia Federal. Na Irlanda, grande concorrente do Brasil no mercado
pecuário, o partido irlândes Sinn Féin afirmou que a investigação da PF
destacou os padrões de baixa qualidade e exigiu pela suspensão das
importações brasileiras à Europa.
Em carta das associações enviada à Comissão Europeia, braço
executivo da UE, os representantes exigem que o bloco latino-americano
proíbam o uso de carne e farinha de ossos na produção de aves para
exportação à União Europeia.
Os
grupos de defesa dos fazendeiros tomaram tal medida enquanto as
negociações entre os dois blocos econômicos continuam, com a próxima
rodada esperada para este mês.
“Esses países no momento não têm os mesmos padrões que nós”,
sustentam a secretária-geral de Copa e Cogeca, Pekka Pesonen em
comunicado. “Isso foi ressaltado com a situação no Brasil”.
Segundo Martin Kenny, porta-voz do Sinn Féin para assuntos
agropecuários e alimentícios, o ministro da Agricultura irlandês,
Michael Creed deve proibir as importações brasileiras imediatamente, de
acordo com informações do “Irish Times”.
“A qualidade da carne irlandesa produzida do gado livre
alimentado com pastagem, criados em fazendas familiares, sob os mais
altos padrões não deve ser forçada a competir com países onde os padrões
são, em comparação, inexistentes”, sustentou o porta-voz. “O Brasil é
um dos principais concorrentes da Irlanda no mercado de carne europeu,
mas vemos hoje que as autoridades de lá expuseram um enorme escândalo no
setor.
Segundo Kenny, a situação no Brasil serve para alertar
acordos comerciais internacionais, como o Ceta (Acordo Econômico e
Comerical Global, entre Canadá e UE), que podem definir meios de
produção mais baratos e qualidade mais baixa contra a “excelência única
da carne irlandesa”
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