sexta-feira, 26 de maio de 2017

Temer está disposto a alongar processo no TSE e usará ‘todos os recursos possíveis’, avisam aliados
Painel - FSP
Longo inverno Aliados de Michel Temer enviam um recado claro aos que apostam num desfecho rápido para a ação que pode cassar seu mandato no TSE. Dizem que o presidente está disposto a usar “todos os recursos jurídicos possíveis” para prolongar o julgamento. O governo afirma que não haverá folga no “embate” e calcula: se o caso se arrastar até outubro, Herman Benjamin, relator do processo, terá que deixar a corte. O Planalto aposta que ele vota contra Temer e já tem em sua substituição uma meta.
Quem entra Com a saída de Benjamin, o ministro Napoleão Nunes Filho assumiria a corregedoria da corte e também a relatoria do caso.
Dissidente Presidente da comissão da reforma política da OAB de SP, o jurista Ives Gandra Martins renunciou ao posto depois que o Conselho Federal da Ordem apresentou pedido de impeachment de Temer. Em carta, afirmou que a entidade “demonstra um rumo político de atuação em outra frente”.
Com calma “Tem que se apurar a verdade, mas não se pode precipitar julgamentos, disse Gandra à coluna. “Não foi contra o Marcos, de quem sou amigo. Optei por deixá-lo mais à vontade para escolher alguém mais afinado com essa nova linha.”
Sem açodamento Aos que o visitaram, Aécio Neves (MG) pediu cautela sobre a decisão de desembarcar do governo. “Não é possível dar um passo desse sem saber qual será o day after. A hora é de serenidade.”
Tomar o pulso Temer foi informado por tucanos que a bancada da Câmara se posicionou quase que unanimemente pelo desembarque do governo. Tasso Jereissati (CE) e Cássio Cunha Lima (PB) conseguiram conter os ânimos.
Ponte para o futuro Tido como candidato do PSDB à cadeira de Temer no caso de uma eleição indireta, Tasso foi procurado, nesta quinta-feira (25), pelo ministro Gilberto Kassab (Comunicações), comandante do PSD.
Farpas expostas A ação na cracolândia expôs divergências entre Geraldo Alckmin e João Doria. A prefeitura foi à Justiça por internações compulsórias, mas o governador disse que o instrumento não deve ser banalizado.
Deu ruim O balanço, hoje, é de que a operação foi açodada e mal articulada.
Não só Se cristalizou no STF a percepção de que a profunda crise política não será o único filhote da delação da JBS. Há forte constrangimento na corte pelas polêmicas que vieram à tona após a homologação do acordo. A aposta é que a imagem dos operadores da Lava Jato em Brasília ficará arranhada.
Sem culpa Após a revelação de que o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, contou com a ajuda de Ricardo Saud, hoje delator da JBS, para falar com alguns senadores que votariam sua indicação, em 2015, ministros do Supremo foram solidários.
Próximos capítulos A notícia, publicada pelo colunista Jorge Bastos Moreno, de “O Globo”, deixou Fachin envergonhado e abriu novo flanco de ataque à atuação do ministro e da PGR.
Solidários Parlamentares que confirmaram a atuação de Saud a favor de Fachin no Senado dizem que, agora, o ministro terá que se valer da mesma explicação usada por políticos pegos de calças curtas: “Eu não sabia”.
Silêncio Procurado para comentar a ligação com Saud, o gabinete de Edson Fachin disse que ele não fala sobre casos que estão sob sua relatoria. Colegas minimizaram o episódio. “Não há culpa pretérita”, resumiu um ministro.

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