Temer está disposto a alongar processo no TSE e usará ‘todos os recursos possíveis’, avisam aliados
Painel - FSP
Longo inverno Aliados de Michel Temer enviam um
recado claro aos que apostam num desfecho rápido para a ação que pode
cassar seu mandato no TSE. Dizem que o presidente está disposto a usar
“todos os recursos jurídicos possíveis” para prolongar o julgamento. O
governo afirma que não haverá folga no “embate” e calcula: se o caso se
arrastar até outubro, Herman Benjamin, relator do processo, terá que
deixar a corte. O Planalto aposta que ele vota contra Temer e já tem em
sua substituição uma meta.
Quem entra Com a saída de Benjamin, o ministro Napoleão Nunes Filho assumiria a corregedoria da corte e também a relatoria do caso.
Dissidente Presidente da comissão da reforma
política da OAB de SP, o jurista Ives Gandra Martins renunciou ao posto
depois que o Conselho Federal da Ordem apresentou pedido de impeachment
de Temer. Em carta, afirmou que a entidade “demonstra um rumo político
de atuação em outra frente”.
Com calma “Tem que se apurar a verdade, mas não se
pode precipitar julgamentos, disse Gandra à coluna. “Não foi contra o
Marcos, de quem sou amigo. Optei por deixá-lo mais à vontade para
escolher alguém mais afinado com essa nova linha.”
Sem açodamento Aos que o visitaram, Aécio Neves (MG)
pediu cautela sobre a decisão de desembarcar do governo. “Não é
possível dar um passo desse sem saber qual será o day after. A hora é de
serenidade.”
Tomar o pulso Temer foi informado por tucanos que a
bancada da Câmara se posicionou quase que unanimemente pelo desembarque
do governo. Tasso Jereissati (CE) e Cássio Cunha Lima (PB) conseguiram
conter os ânimos.
Ponte para o futuro Tido como candidato do PSDB à
cadeira de Temer no caso de uma eleição indireta, Tasso foi procurado,
nesta quinta-feira (25), pelo ministro Gilberto Kassab (Comunicações),
comandante do PSD.
Farpas expostas A ação na cracolândia expôs
divergências entre Geraldo Alckmin e João Doria. A prefeitura foi à
Justiça por internações compulsórias, mas o governador disse que o
instrumento não deve ser banalizado.
Deu ruim O balanço, hoje, é de que a operação foi açodada e mal articulada.
Não só Se cristalizou no STF a percepção de que a
profunda crise política não será o único filhote da delação da JBS. Há
forte constrangimento na corte pelas polêmicas que vieram à tona após a
homologação do acordo. A aposta é que a imagem dos operadores da Lava
Jato em Brasília ficará arranhada.
Sem culpa Após a revelação de que o relator da Lava
Jato no STF, Edson Fachin, contou com a ajuda de Ricardo Saud, hoje
delator da JBS, para falar com alguns senadores que votariam sua
indicação, em 2015, ministros do Supremo foram solidários.
Próximos capítulos A notícia, publicada pelo
colunista Jorge Bastos Moreno, de “O Globo”, deixou Fachin envergonhado e
abriu novo flanco de ataque à atuação do ministro e da PGR.
Solidários Parlamentares que confirmaram a atuação
de Saud a favor de Fachin no Senado dizem que, agora, o ministro terá
que se valer da mesma explicação usada por políticos pegos de calças
curtas: “Eu não sabia”.
Silêncio Procurado para comentar a ligação com Saud,
o gabinete de Edson Fachin disse que ele não fala sobre casos que estão
sob sua relatoria. Colegas minimizaram o episódio. “Não há culpa
pretérita”, resumiu um ministro.
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