O absurdo silêncio brasileiro sobre a última da CNN
Lucas Berlanza - Instituto Liberal
Em tempos de denúncia de Janot contra Temer, investida do PGR contra
lei da terceirização, processos sendo retirados de Moro ou tesoureiros
petistas sendo inocentados, há muito que falar sobre o Brasil. Como
certamente voltarei ao assunto do cenário nacional, que é preocupante,
deixo isso para depois. Por ora, quero chamar atenção para um absurdo.
Na verdade, uma imperdoável ausência.
A CNN – aquela mesma que o presidente americano Donald Trump chamara
“fake News” – publicou uma notícia dando conta de que estariam sendo
investigadas ligações indevidas entre funcionários do Republicano e um
fundo de financiamento russo. Trata-se de mais um capítulo da série de
textos e abordagens midiáticas trazendo insinuações desse tipo de
relação espúria.
A novidade é o que ocorreu a seguir. O autor do artigo, Thomas Frank,
o membro da equipe de edição Eric Lichtblau, e o responsável do grupo
investigador, Lex Haris, se demitiram da CNN. O motivo? A emissora
retirou o texto do ar por, segundo ela, não cumprir os requisitos
técnicos de confiabilidade para ser publicado.
A CNN havia acolhido uma matéria sem fundamento, uma “fake news”, em
suma, dando significado ainda mais explícito às acusações que o
mandatário americano lhe fizera, e que ainda são vistas por alguns mais
afobados como investidas censoras. Trump, é claro, fez mais um de seus
“tweets”, tripudiando: “pegaram de surpresa o falso meio CNN, mas o que
acontecerá com NBC, CBS e ABC?”.
A notícia chegou ao nosso conhecimento acompanhada de um vídeo
impactante, que você pode conferir abaixo: o grupo Project Veritas
exibiu recentemente um documentário sobre a questão das “fake News”,
chamado American Pravda. Em trecho traduzido oportunamente pelo
brilhante canal Tradutores de Direita, um produtor da CNN, John
Bonifield, diz claramente que a base das acusações sobre relações entre
Trump e Rússia é pífia e que a CNN insiste na exploração do assunto
apenas por interesse na audiência conquistada pelo escândalo junto ao
seu público de esquerda. Diz claramente ainda que, se a questão fosse
com Obama, haveria outro tratamento, pois seu público não gostaria (!).
Então, as “terríveis evidências”, dignas de um “impeachment”, não seriam
nada, já que o presidente seria o bom moço Democrata.
O vídeo é estarrecedor. Por si só, a notícia sobre os jornalistas
seria relevante o suficiente para ganhar destaque no espaço
internacional de noticiários brasileiros como os da Rede Globo, sempre
prontos a alardear qualquer acontecimento ou suspeita que possa soar
prejudicial ao mandato de Trump. No entanto, essa é a minha pergunta:
cadê?
Jornal Nacional? G1? Nada. Um mísero nada. Nem uma medíocre notinha.
Alguém está surpreso? O que leva o Jornalismo brasileiro a servir de
propaganda para a esquerda americana? Por que são tão escancaradamente
seletivos? Nem sequer se envergonham disso! Será que precisamos de uma
versão brasileira do American Pravda? Sou a favor!
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