quinta-feira, 9 de novembro de 2017

William Waack vira alvo do exército dos abjetos
O ataque ao brilhante profissional confirma que, aos olhos dos idiotas, independência jornalística é pecado mortal
Conheci William Waack há quase 50 anos, quando nossos caminhos cruzaram na Escola de Comunicações e Artes da USP. E me orgulho da amizade inabalável que me une a um homem exemplarmente íntegro, um parceiro extraordinariamente leal, um profissional que deveria servir de modelo, referência e inspiração para todo jornalista iniciante.
Repórter visceral, excepcionalmente talentoso, William tornou-se o melhor correspondente de guerra do mundo. Os textos que assinou  em jornais e revistas bastam para garantir-lhe uma vaga perpétua em qualquer ranking dos grandes nomes da imprensa. Os livros que publicou reescreveram capítulos essenciais da história do Brasil.
Nestes tempos escuros, William é um dos pouquíssimos profissionais de TV que mantiveram a independência jornalística, a autonomia intelectual, o respeito à ética, o amor à verdade. Ele sempre viu as coisas como as coisas são. Sempre contou o caso como o caso foi. Agir assim em países primitivos é perigoso.
Como ensinou Tom Jobim, fazer sucesso no Brasil é ofensa pessoal. Não é surpreendente que, por duas ou três frases ditas fora do ar, vire alvo de tribos especialmente abjetas. Os milicianos politicamente corretos, os patrulheiros esquerdopatas, os perdedores congênitos, os cretinos fundamentais e os idiotas de modo geral — são esses os que tentarão derrotá-lo.
Não conseguirão. Primeiro, porque afirmar que meu velho amigo é racista faz tanto sentido quanto acreditar que Lula é inocente. Depois, porque estarão a seu lado os incontáveis brasileiros que sabem que o país seria muito melhor se houvesse mais gente provida das virtudes que sobram em William Waack.

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