Estado Islâmico chegou mais longe que qualquer outro grupo terrorista
Lluís Bassets - El PaísSerá difícil acabar com eles e sobretudo com a semente que plantaram no mundo islâmico, desde a Indonésia até a Mauritânia, assim como em subúrbios ocidentais. Nos últimos dias, porém, eles alcançaram seu momento de glória, uma vez que nenhum grupo terrorista havia conseguido motivar a convocação de uma reunião de tão alto nível, com ministros de Relações Exteriores de 60 países, presidida pelo secretário de Estado da primeira superpotência, o americano John Kerry.
Não é para
menos. O chamado Estado Islâmico do Iraque e da Síria, ou Daesh na sigla
em árabe, controla um território com tamanho equivalente ao da Bélgica;
apoderou-se de cidades como Mossul no Iraque e Raqqa na Síria,
respectivamente com 1,8 milhão e 400 mil habitantes, antes da guerra;
comercializa petróleo, recolhe impostos, pratica extorsões, explora a
indústria do sequestro, rouba e trafica antiguidades; mas também paga
soldo aos jovens que recruta e mantém uma aparente ordem pública sob a
mais estrita sharia, ou lei islâmica; e inclusive tem uma aparência de
governo, no qual há responsáveis por explosivos, prisioneiros, ataques
suicidas e comunicações.
Sem sua frenética atividade de comunicação, o Daesh não seria nada. Sua mensagem central atribui a seu chefe, Abu Bakr Al Bagdadi, a mais alta posição política e religiosa na tradição islâmica, a de califa sucessor do profeta Maomé. A mensagem secundária, que chega uma e outra vez com sádica insistência, é que matarão de forma violenta quem não se converter à linha sunita do islã.
As comunidades xiitas, yazidis e cristãs orientais de toda a zona sob o controle do Daesh têm sido exterminadas ou obrigadas a fugir às pressas, deixando para trás seu bens e propriedades. Sua estarrecedora produção audiovisual, com imagens de decapitações, serve de dupla propaganda para aterrorizar e convocar quem tenha vocação para assassino.
O grupo conta com cerca de 30 mil combatentes originários de 90 países, sendo 10% europeus. Eles são capazes de atuar em ações individuais, como insurgentes e também como uma infantaria ágil, segundo Charles Lister, especialista do Brookings Center de Doha (Catar). Lister considera que, graças às entradas diárias de cerca de 2 milhões de euros, "esse é o grupo terrorista mais rico da história".
Foi formada uma coalizão inusitada de 60 países para destruir o califado, a qual já realizou mil ataques aéreos. E outros países não coligados também estão bombardeando o grupo, a exemplo do Irã e do regime sírio de Bashar al-Assad, que o combate desde o início. O objetivo é cortar suas fontes de financiamento, especialmente a produção de petróleo, mas sem soldados em terra será difícil acabar com seu controle territorial.
Os EUA aumentarão para 3.000 o número de instrutores e assessores militares no Iraque, porém a sombra da guerra outrora deflagrada por Bush dificulta a situação.
Washington denomina a operação de Determinação Absoluta. Obama e seus aliados vão precisar dela, porque está claro que é fácil conter o avanço do Daesh, mas será muito mais difícil obter a vitória definitiva.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Sem sua frenética atividade de comunicação, o Daesh não seria nada. Sua mensagem central atribui a seu chefe, Abu Bakr Al Bagdadi, a mais alta posição política e religiosa na tradição islâmica, a de califa sucessor do profeta Maomé. A mensagem secundária, que chega uma e outra vez com sádica insistência, é que matarão de forma violenta quem não se converter à linha sunita do islã.
As comunidades xiitas, yazidis e cristãs orientais de toda a zona sob o controle do Daesh têm sido exterminadas ou obrigadas a fugir às pressas, deixando para trás seu bens e propriedades. Sua estarrecedora produção audiovisual, com imagens de decapitações, serve de dupla propaganda para aterrorizar e convocar quem tenha vocação para assassino.
O grupo conta com cerca de 30 mil combatentes originários de 90 países, sendo 10% europeus. Eles são capazes de atuar em ações individuais, como insurgentes e também como uma infantaria ágil, segundo Charles Lister, especialista do Brookings Center de Doha (Catar). Lister considera que, graças às entradas diárias de cerca de 2 milhões de euros, "esse é o grupo terrorista mais rico da história".
Foi formada uma coalizão inusitada de 60 países para destruir o califado, a qual já realizou mil ataques aéreos. E outros países não coligados também estão bombardeando o grupo, a exemplo do Irã e do regime sírio de Bashar al-Assad, que o combate desde o início. O objetivo é cortar suas fontes de financiamento, especialmente a produção de petróleo, mas sem soldados em terra será difícil acabar com seu controle territorial.
Os EUA aumentarão para 3.000 o número de instrutores e assessores militares no Iraque, porém a sombra da guerra outrora deflagrada por Bush dificulta a situação.
Washington denomina a operação de Determinação Absoluta. Obama e seus aliados vão precisar dela, porque está claro que é fácil conter o avanço do Daesh, mas será muito mais difícil obter a vitória definitiva.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário