Rodrigo Constantino - VEJA
Sei que
escrevo o texto num sábado à noite, ou seja, “lá vem aquele liberal
chato atrapalhar minha diversão”, você pensa, e com todo direito. Mas o
que posso fazer se leio certas notícias que precisam ser comentadas?
Melhor falar logo do assunto, pois você ainda encontra um pretexto para
tomar aquela “birita” e afogar as mágoas.
Os países
emergentes vivem uma leve crise, como alguns sabem. Na verdade, alguns
países, especialmente aqueles que dependem mais de petróleo ou que
gastaram por conta na era da bonança, sob governos populistas. E rolou
nos últimos dias, como o leitor talvez saiba também, a reunião da
Unasul, aquele grupo que congrega os países membros do Foro de São
Paulo.
Nossa
ilustre “presidenta” foi lá, claro, e levou uma mensagem de esperança –
para os tiranos e populistas, que fique claro. Dilma propõe
que esses países se unam para enfrentar a “crise internacional”, que os
países asiáticos ou mesmo os Estados Unidos não tomaram ainda
conhecimento.
Esses países
deveriam criar projetos comuns de infraestrutura e preservação da
estabilidade democrática na região. Isso mesmo, o leitor leu certo.
Dilma, do PT, em Quito, no Equador, falando ao lado de governantes de
países como Venezuela e Argentina, recomenda esforços conjuntos para
preservar a democracia na América Latina. Os bajuladores de Fidel
Castro!
Dilma
propôs uma Unasul “renovada, fortalecida e atuante”, com o objetivo de
consolidar a América do Sul como “exemplo de paz, de união, em um mundo
cada vez mais conturbado pelas incertezas de ordem política e
econômica”. Perguntar não ofende: a “paz” venezuelana seria algum tipo
de benchmark para o grupo?
Isso, não custa lembrar, após Dilma chegar ao Equador sob acusações
de ter perdido o interesse pela Unasul, criada pelo próprio Brasil do
PT. Imagina se Dilma e o PT ainda tivessem interesse nesse grupo de
bolivarianos! Que tipo de discurso faria a presidente?
Ao final de sua fala, Dilma, mesmo “sem interesse”, fez referência à metáfora futebolística do secretário-geral da Unasul,
Ernesto Samper, que quando esteve no Brasil disse que se sente “jugando
de local” (jogando em casa, em português) quando visita o país. “E
quando viajamos pelo continente, como é o caso de hoje, sempre ‘jugamos
de local’”. concluiu. Estava no Equador, só para constar.
O
ex-presidente Lula esteve lá também discursando, e ligou a metralhadora
giratória contra os Estados Unidos, o vilão preferido dos idiotas
latino-americanos. “Alguns países
precisaram ser refundados”, declarou Lula, valendo-se de um termo caro
aos líderes alinhados ao bolivarianismo – além de Chávez, o boliviano
Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa.
Lula sugeriu a criação de tribunais internacionais regionais
que resolvam questões do subcontinente: “Não faz sentido que, em pleno
século 21, um conflito entre dois países da América do Sul seja dirimido
em um tribunal de Haia e que tenha que recorrer à OEA”, afirmou.
“A integração não é um problema e sim parte da solução”, frisou Lula.
Ele acrescentou que quanto mais os países se integram “melhores serão
as condições para se enfrentar e superar as crises”. Por isso,
reivindicou que parlamentos criem mecanismos especiais mais ágeis para
concretizar os acordos internacionais.
Apertando a
tecla SAP para os mais desatentos: o Brasil, sob o comando do PT, segue
na trajetória definida pelo Foro de São Paulo, de fortalecer os laços
com os regimes opressores chavistas, criando um grande bloco bolivariano
no continente. É de tirar o sono dos legítimos democratas, não é mesmo?
Agora pode curtir seu sábado à noite em paz, caro leitor…
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