domingo, 7 de dezembro de 2014

O Foro de São Paulo vem aí! E em nome da democracia…
Rodrigo Constantino - VEJA

Dilma ao lado do bolivariano Rafael Corrêa, do Equador
Sei que escrevo o texto num sábado à noite, ou seja, “lá vem aquele liberal chato atrapalhar minha diversão”, você pensa, e com todo direito. Mas o que posso fazer se leio certas notícias que precisam ser comentadas? Melhor falar logo do assunto, pois você ainda encontra um pretexto para tomar aquela “birita” e afogar as mágoas.
Os países emergentes vivem uma leve crise, como alguns sabem. Na verdade, alguns países, especialmente aqueles que dependem mais de petróleo ou que gastaram por conta na era da bonança, sob governos populistas. E rolou nos últimos dias, como o leitor talvez saiba também, a reunião da Unasul, aquele grupo que congrega os países membros do Foro de São Paulo.
Nossa ilustre “presidenta” foi lá, claro, e levou uma mensagem de esperança – para os tiranos e populistas, que fique claro. Dilma propõe que esses países se unam para enfrentar a “crise internacional”, que os países asiáticos ou mesmo os Estados Unidos não tomaram ainda conhecimento.
Esses países deveriam criar projetos comuns de infraestrutura e preservação da estabilidade democrática na região. Isso mesmo, o leitor leu certo. Dilma, do PT, em Quito, no Equador, falando ao lado de governantes de países como Venezuela e Argentina, recomenda esforços conjuntos para preservar a democracia na América Latina. Os bajuladores de Fidel Castro!
Dilma propôs uma Unasul “renovada, fortalecida e atuante”, com o objetivo de consolidar a América do Sul como “exemplo de paz, de união, em um mundo cada vez mais conturbado pelas incertezas de ordem política e econômica”. Perguntar não ofende: a “paz” venezuelana seria algum tipo de benchmark para o grupo?
Isso, não custa lembrar, após Dilma chegar ao Equador sob acusações de ter perdido o interesse pela Unasul, criada pelo próprio Brasil do PT. Imagina se Dilma e o PT ainda tivessem interesse nesse grupo de bolivarianos! Que tipo de discurso faria a presidente?
Ao final de sua fala, Dilma, mesmo “sem interesse”, fez referência à metáfora futebolística do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, que quando esteve no Brasil disse que se sente “jugando de local” (jogando em casa, em português) quando visita o país. “E quando viajamos pelo continente, como é o caso de hoje, sempre ‘jugamos de local’”. concluiu. Estava no Equador, só para constar.
O ex-presidente Lula esteve lá também discursando, e ligou a metralhadora giratória contra os Estados Unidos, o vilão preferido dos idiotas latino-americanos. “Alguns países precisaram ser refundados”, declarou Lula, valendo-se de um termo caro aos líderes alinhados ao bolivarianismo – além de Chávez, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa.
Lula sugeriu a criação de tribunais internacionais regionais que resolvam questões do subcontinente: “Não faz sentido que, em pleno século 21, um conflito entre dois países da América do Sul seja dirimido em um tribunal de Haia e que tenha que recorrer à OEA”, afirmou.
“A integração não é um problema e sim parte da solução”, frisou Lula. Ele acrescentou que quanto mais os países se integram “melhores serão as condições para se enfrentar e superar as crises”. Por isso, reivindicou que parlamentos criem mecanismos especiais mais ágeis para concretizar os acordos internacionais.
Apertando a tecla SAP para os mais desatentos: o Brasil, sob o comando do PT, segue na trajetória definida pelo Foro de São Paulo, de fortalecer os laços com os regimes opressores chavistas, criando um grande bloco bolivariano no continente. É de tirar o sono dos legítimos democratas, não é mesmo?
Agora pode curtir seu sábado à noite em paz, caro leitor…

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