quarta-feira, 1 de junho de 2016

Delação de ex-presidente da OAS parece feita para livrar a cara de Lula
Segundo empresário, Lula nada sabia da reforma do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá
Reinaldo Azevedo - VEJA
Parece que Leo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS, resolveu travestir de delação premiada a sua defesa de Lula. Até agora, informa a Folha, a coisa não colou.
Leo contou à força-tarefa da Lava-Jato duas histórias da Carochinha. Lula, como de hábito, nada sabia das reformas do sítio e do apartamento no Guarujá. A primeira teria sido feita a pedido de Paulo Okamotto, que é, atenção!, presidente do Instituto Lula e seu sócio na empresa de palestras, a tal LILS. Mesmo assim, o chefão ignorava tudo.
E o apartamento no Guarujá? Ah, a empreiteira teria decidido reformá-lo sem nem Lula tomar conhecimento: seria apenas uma forma de fazer um agrado ao Apedeuta.
Pois é… O TRF de Porto Alegre — ao qual está afeita Curitiba — julga neste mês o recurso de Leo Pinheiro. Se ele perder, poderá voltar para a cadeia, já que o Supremo decidiu que a pena deve começar a ser cumprida já depois da condenação em segunda instância. O empresário queria fazer o acordo antes para não ter de voltar ao xilindró. Mas parece que ninguém está acreditando nas suas histórias.
É claro que os petistas vão berrar: “Ah, quando a delação nos favorece, então não serve?” Resposta: se o que é narrado está na contramão dos fatos e do que a Polícia e o Ministério Público apuraram, então não serve. E não porque beneficie Lula, mas porque não tem apreço pela verdade.

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