Cavendish, Cachoeira e Adir Assad podem ser transferidos para Bangu 8
Falta de tornozeleiras cria impasse sobre ida dos detidos na Operação Saqueador para prisão domiciliar
Juliana Castro - O Globo
RIO - Presos na Operação Saqueador, o ex-dono da Delta Fernando Cavendish, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o empresário Adir Assad podem ser transferidos para o presídio de Bangu 8, para onde geralmente são enviados os detidos que possuem curso superior. Cavendish e Assad são formados em engenharia e Cachoeira, em administração. Eles estão no presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte do Rio. Ontem, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, converteu a prisão preventiva de cinco alvos da operação, entre eles Cavendish e Assad, em prisão domiciliar. O MPF vai recorrer da decisão.
A decisão do desembargador determina que os cinco envolvidos deverão usar tornozeleiras eletrônicas. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, no entanto, decidiu que os presos comprovem ocupação lícita e que a Secretaria estadual de Adminsitração Penitenciária forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los. Enquanto isso não acontecer, os presos na operação com curso superior podem ir para Bangu 8.
A defesa de Cachoeira disse que já apresentou o diploma do cliente. O advogado Kleber Lopes disse ainda que vai entrar com habeas corpus no plantão judiciário, o que deve ser feito por outros advogados dos presos:
- Ele não pode ficar preso porque não tem culpa de o estado não ter tornozeleira eletrônica. - disse o advogado de Cachoeira.
A defesa de Cavendish também entrou com habeas corpus no plantão judiciário para que o cliente possa ir para casa, mas a medida foi negada. Os advogados tentam agora que o pedido seja aceitou na segunda instância.
Cavendish foi preso quando retornou ao Rio, na madrugada deste sábado. Quando a Operador Saqueador foi deflagrada, na última-quinta-feira, policiais federais foram até o apartamento de Cavendish, no Leblon, mas ele não foi encontrado porque estava na Europa. Ele viajou no dia 22 de junho.
O MPF ofereceu denúncia contra Cavendish, Cachoeira, Adir Assad e mais 20 pessoas por envolvimento no esquema de lavagem de verbas públicas. A denúncia foi aceita pela Justiça do Rio. De acordo com o procurador da República Leandro Mitidieri, cerca de R$ 370 milhões foram desviados de obras públicas feitas pela Delta e lavados por meio de 18 empresas de fachada, criadas por Cachoeira, Assad e Marcelo Abbud, que também foi preso. Depois, o dinheiro era sacado em espécie e distribuído a agentes públicos, dificultando o rastreamento. Abbud e o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste e Distrito Federal Claudio Abreu também foram beneficiado pela decisão do desembargador e vão para a prisão domiciliar.
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