segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Delação de marqueteiro é desgaste para Paes, que quer disputar governo
Minoria na Alerj, oposição diz estar de mãos atadas para apurar acusações contra Pezão


Já quanto às acusações também de caixa 2 contra o governador Luiz Fernando Pezão, os oposicionistas dizem estar confiantes nas investigações do Judiciário, já que são minoria na Assembleia Legislativa (Alerj). Dois pedidos de impeachment contra o governador já foram travados e não há apoio suficiente para pedir a criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
— Eu espero que ele (Paes) tenha o discernimento de dizer que não tem condições de ser candidato e não tenha a desfaçatez de dizer que é um crime bobo. O governo do Pezão já chegou ao final, ele é um ex-governador em exercício. Quando terminar oficialmente o mandato, ele vai ser preso — disse o líder do PSOL na Alerj, Marcelo Freixo (PSOL), que disputou a prefeitura com Paes em 2012.
Aliado do PMDB no Rio, o presidente do PDT, Carlos Lupi, tentou minimizar as acusações de Renato Pereira:
— Não vejo muito impacto nisso, porque essas delações estão virando coisa tão comum que a população criou um antivírus. Não tem acusação tão pesada, não tem mala de dinheiro, e não foi aceito ainda pelo tribunal. Tem que aguardar.
Procurado, o presidente estadual do PMDB e presidente da Alerj, Jorge Picciani, não quis se pronunciar. Ele é um dos principais articuladores da pré-candidatura de Paes e, apesar de colaborar com Pezão na Assembleia, tem sido um crítico ferrenho da gestão do governador. Paes e Pezão já negaram as acusações do marqueteiro de suas campanhas.
O líder do PSDB na Alerj, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, citou entrevista do ministro Luiz Fux, do STF, ao jornal "Folha de S. Paulo", neste domingo, para dizer que eventual denúncia contra Paes pode atrapalhar a planejada pré-candidatura do peemedebista.
Ao ser questionado, na entrevista, sobre a possibilidade de Lula ser candidato a presidente em 2018 mesmo se condenado em segunda instância, Fux respondeu: "Pode um candidato denunciado concorrer, ser eleito, à luz dos valores republicanos, do princípio da moralidade das eleições, previstos na Constituição? Eu não estou concluindo. Mas são perguntas que vão se colocar", disse ele, que presidirá o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de fevereiro a agosto de 2018.
— A eventual oferta de denúncia pode gerar polêmica, vide a entrevista recente do Fux. Sob o ponto de vista político, é mais um desgaste que tem repercussão eleitoral — disse o líder do PSDB na Alerj.

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