quinta-feira, 9 de novembro de 2017

República de bananas procura candidatos a presidente
Roberto Dias - FSP
Nesta quinta (9) completa-se um ano que o mundo soube que Donald Trump presidiria os EUA. Qualquer pessoa pode se dizer surpreendida pelo desfecho. Mas era impossível não ter visto Trump a caminho. Porque um ano antes da eleição o candidato estreara sua propaganda. Anunciava que queria construir um muro e pedia, já ali, que os adversários republicanos desistissem.
Corta para o Brasil.
Manuela D'Ávila deu entrevista nesta quarta (8) como candidata do PC do B à Presidência na eleição de outubro de 2018. Coisa parecida ocorreu com Álvaro Dias no Podemos. Nos nomes de maior força eleitoral, a mensagem é bem mais turva.
Lula se lançou em caravana por necessidade de manter vivo o PT e pressionar o Judiciário a não barrar sua candidatura —que dificilmente sobreviverá. Ciro Gomes, do PDT, parece esperar o fim da novela lulista.
Jair Bolsonaro entrou na corrida, mas não se sabe por qual partido. Está no PSC e namora o Patriotas. E se acabar só em amizade? "Sou paraquedista, já tenho outro em vista."
Geraldo Alckmin, do PSDB, vocaliza autoajuda: "Para ser piloto, você começa com alguém te ensinando". A frase é recado ao correligionário João Doria, por sua vez emudecido pela contradição —claríssimo na campanha paulistana, agora precisa desdizer a mensagem de que queria ser só prefeito, mas não sabe como.
Marina, da Rede, é silêncio. Luciano Huck promete não "fugir da raia", mas falta saber em que raia está. Henrique Meirelles, do PSD, diz uma coisa num dia e outra em outro.
É uma desgraça viver só de cálculo partidário. À aspiração legítima de presidir o país deveria corresponder a obrigação de vir a público dizer que vai se candidatar por isso e aquilo.
O jantar tucano na segunda (6) é sintomático. O senador José Serra afirmou querer disputar a eleição. Só não soube expressar a que cargo e em nome de que projeto. Em vez disso, gracejou: "Os homens são meio bananas". Difícil tirar-lhe a razão.

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