República de bananas procura candidatos a presidente
Roberto Dias - FSP
Nesta
quinta (9) completa-se um ano que o mundo soube que Donald Trump
presidiria os EUA. Qualquer pessoa pode se dizer surpreendida pelo
desfecho. Mas era impossível não ter visto Trump a caminho. Porque um
ano antes da eleição o candidato estreara sua propaganda. Anunciava que
queria construir um muro e pedia, já ali, que os adversários
republicanos desistissem.
Corta para o Brasil.
Manuela D'Ávila deu entrevista nesta quarta (8) como candidata do PC do B
à Presidência na eleição de outubro de 2018. Coisa parecida ocorreu com
Álvaro Dias no Podemos. Nos nomes de maior força eleitoral, a mensagem é
bem mais turva.
Lula se lançou em caravana por necessidade de manter vivo o PT e
pressionar o Judiciário a não barrar sua candidatura —que dificilmente
sobreviverá. Ciro Gomes, do PDT, parece esperar o fim da novela lulista.
Jair Bolsonaro entrou na corrida, mas não se sabe por qual partido. Está
no PSC e namora o Patriotas. E se acabar só em amizade? "Sou paraquedista, já tenho outro em vista."
Geraldo Alckmin, do PSDB, vocaliza autoajuda:
"Para ser piloto, você começa com alguém te ensinando". A frase é
recado ao correligionário João Doria, por sua vez emudecido pela
contradição —claríssimo na campanha paulistana, agora precisa desdizer a
mensagem de que queria ser só prefeito, mas não sabe como.
Marina, da Rede, é silêncio. Luciano Huck promete não "fugir da raia", mas falta saber em que raia está. Henrique Meirelles, do PSD, diz uma coisa num dia e outra em outro.
É uma desgraça viver só de cálculo partidário. À aspiração legítima de
presidir o país deveria corresponder a obrigação de vir a público dizer
que vai se candidatar por isso e aquilo.
O jantar tucano na segunda (6) é sintomático. O senador José Serra
afirmou querer disputar a eleição. Só não soube expressar a que cargo e
em nome de que projeto. Em vez disso, gracejou: "Os homens são meio
bananas". Difícil tirar-lhe a razão.
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