quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Segóvia assume sob pressão; antes da nomeação, agentes da PF diziam que ele não era ‘o nome certo’
Painel - FSP 
Sob vigilância O tom ameno das declarações oficiais sobre a indicação do delegado Fernando Segóvia para a direção-geral da Polícia Federal não espelha a apreensão que ronda grupos do órgão. Às vésperas da escolha, integrantes graduados do corporação diziam que Segóvia não era “o nome certo” e que, se fosse o eleito, deveria chegar sabendo que o modo como a PF opera hoje “está enraizado e não vai mudar”. Conhecido pela capacidade de articulação, ele precisará gastar toda a saliva que tiver.
Tropa de elite Segóvia não era a primeira opção do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que perdeu a queda de braço para a cúpula do PMDB, mas teve outros padrinhos: o ministro Gilmar Mendes, do STF, e o ministro Bruno Dantas, do TCU, por exemplo. Ele também conta com a simpatia de Raquel Dodge.
Remediado está Agora que o delegado foi escolhido pelo presidente Michel Temer, a ordem nos grupos que foram contrários à sua nomeação é recolher as armas e monitorar, para ver como Segóvia leva as negociações com os policiais federais.
Chamou? A CNI vai publicar em seus canais nas redes sociais três vídeos em defesa da aprovação da reforma da Previdência. A entidade programa a ofensiva há meses, mas a liberação dos conteúdos vai suceder um apelo de Temer pelo engajamento do empresariado na causa.
Histórico A Confederação Nacional da Indústria adotou estratégia semelhante para defender a reforma trabalhista e a regulamentação do lobby.
Todo ouvidos Temer começou a consultar líderes e presidentes de partidos da base aliada sobre a reforma ministerial que fará até o fim deste ano. Sinaliza que a mudança será maior do que o imaginado e que afetará mais do que as quatro pastas que hoje estão com o PSDB.
Cansei Alvo da fúria do centrão, mas dono da confiança pessoal do presidente, o ministro Antonio Imbassahy agora diz a quem o pergunta que não sabe se vai continuar no PSDB.
Cansei 2 Imbassahy diz que o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) propagandeia o “expurgo” de uma ala da sigla e que, se essa agenda vencer a convenção nacional do partido, vai repensar sua filiação.
Com gosto Para quem achou que havia sido brincadeira ou ato falho, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), reafirmou que Tasso Jereissati é “uma boa opção” para a Presidência da República. “Se me perguntarem hoje, digo que o candidato é Geraldo Alckmin, mas que Tasso é também uma boa opção.”
 Enredo pronto Em conversas reservadas, Cunha Lima avalia que o atual presidente interino do PSDB “tem o discurso que corresponde ao anseio da sociedade”. Tasso fez de sua gestão à frente do partido uma cruzada moralizadora, o que já havia despertado a sensação de que ele almejava voos mais altos do que o comando da sigla.
Café com leite Lançar o nome de Tasso ao Planalto foi um gesto de alto risco. Colocá-lo em uma disputa virtual com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) pode minar o apoio da bancada paulista ao cearense na eleição do comando do PSDB. 
Truco Após Alckmin ter travado as pretensões do prefeito João Doria de compor uma chapa puro sangue tucana, o PSDB paulista encomendou pesquisa para testar nomes à sucessão do governador. Bruno Covas, vice de Doria, está na lista.

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