Segundo Administração Regional de Brasília, obra fere projeto urbanístico da capital e deve ser vetada pela agência de fiscalização no Distrito Federal
Adriano Ceolin - VEJA
Operários instalam grade em futuro comitê que será usado por Dilma na campanha de reeleição
(Adriano Ceolin)
“Foi um pedido do pessoal do PT e do dono do prédio”, explicou um funcionário. Na parte térrea do prédio, onde estão as grades, irão funcionar doze salas para abrigar parte do staff da campanha. O PT também alugou o primeiro andar do prédio. No total, o partido vai usar 1.800 m² e terá direito a catorze vagas na garagem.
Tombada como patrimônio mundial da humanidade, Brasília mantém regras rigorosas para intervenções urbanísticas como a colocação de cercas no pilotis de prédios. Nos edifícios residenciais, o cercamento é proibido. Já para os edifícios comerciais pode haver autorizações específicas.
Para o ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-DF), o arquiteto Alfredo Gastal, a cerca colocada no comitê do PT fere a legislação. “A meu juízo, é irregular. A não ser que tenha havido alguma autorização”, diz.
Segundo a assessoria de imprensa da Administração de Brasília, até então não havia existência de nenhuma autorização para construção de cerca no edifício onde funcionará o comitê de Dilma. O órgão ressaltou ainda que a intervenção deverá ser vetada pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis).
Oficialmente, a campanha presidencial só começa em julho. No entanto, equipes de comunicação já começaram a trabalhar e ficarão nas salas do novo comitê. O PT alugou o imóvel no começo deste mês. A sigla irá pagar cerca de 135.000 reais mensais pelo uso das salas.
Procurada por VEJA, a assessoria de imprensa do PT não quis se manifestar sobre as obras no comitê da campanha reeleitoral de Dilma. Em 2010, o principal comitê da candidata petista funcionou no Setor Comercial Sul, onde também fica localizado o Diretório Nacional do partido.
Acesso restrito - A restrição ao acesso à candidata foi uma das características da campanha do PT em 2010. Na sua primeira experiência eleitoral, Dilma evitava o contato direto com a imprensa e com a militância do partido. Nas entrevistas coletivas, ela usava um púlpito cercado para conceder entrevistas, atitude que mereceu críticas inclusive de petistas.
Após não liquidar a vitória no primeiro turno contra José Serra (PSDB), Dilma aposentou o púlpito e passou a ficar mais próxima tanto de jornalistas quanto de militantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário