O Estado de S.Paulo
Desde 2011, a ANP já aplicou R$ 36,65 milhões em multas a uma dezena de petroleiras, e a Petrobrás é a mais penalizada. Ou seja, é difícil até para a estatal cumprir os índices fixados pela ANP. "Hoje, uma empresa que tenta fazer investimentos e busca conteúdo local vai ter problemas", afirmou Milton Costa Filho, secretário-geral do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). A entidade quer flexibilizar a política de exploração de petróleo, reintegrando o País à "agenda mundial" do setor, em que estão possibilidades de exploração no Ártico e fontes não convencionais nos EUA e no México.
A rigidez dos índices de conteúdo local requeridos está entre os aspectos mais perversos das políticas protecionistas em vigor no País. O mais provável é que o Brasil, mesmo tendo uma forte base industrial, não consiga atender à demanda prontamente e em condições de competitividade com os produtores no exterior. Ou seja, continuará sendo necessário importar para atender à demanda de bens de capital, por exemplo, para os projetos do pré-sal, ainda que os investimentos na produção alcancem a meta projetada de US$ 950 bilhões, até 2020.
A ideia de reserva de mercado para a indústria local é esdrúxula numa economia de mercado e irrealista numa economia globalizada. O conteúdo nacional deve ser visto, portanto, como mais um enorme gargalo, entre outros desestímulos ao investimento no País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário