TEMA EM DISCUSSÃO: Desarmamento da população
Pois se é humanamente impossível que haja policiamento capaz de manter a vigilância em tantos lugares ao mesmo tempo, que ao menos se dê uma alternativa ao cidadão para se proteger. Haverá quem diga que os bandidos passarão a usar spray para assaltar. Devolvo o argumento com uma pergunta: entre ser assaltado com um spray de pimenta ou uma faca, qual seria a sua opção?
Paralelamente a essa providência, outras medidas devem ser tomadas, claro, mas aqui não tratarei das óbvias questões sociais. Atenho-me tão-somente à questão da segurança. E, nesse sentido, entro no meu segundo ponto: a urgente necessidade de as guardas municipais se integrarem ao trabalho das PMs no patrulhamento das áreas de lazer.
Para se ter uma ideia da grave violência que ora atemoriza o Rio de Janeiro, números do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que apenas no ano passado 225 pessoas morreram no estado vítimas de crimes praticados com armas brancas. Foram 2.183 os casos de mortes ou ferimentos causados por facas, estiletes ou canivetes. E a legislação é leniente nesse sentido: permite que qualquer cidadão ande nas ruas com essas armas.
Portanto, a parceria da Guarda Municipal com as forças de segurança do estado é fundamental para a garantia da lei e da ordem e melhorar a sensação de segurança da população do Rio. Seu potencial ofensivo deve ser menor, claro, mas não inexistente. A GM precisa estar autorizada a portar armas, mas não armas de fogo. Há uma infinidade de equipamentos no mercado, do spray de pimenta à arma elétrica. Na Inglaterra funciona assim há anos, com sucesso.
Lei autorizando a guarda municipal do Rio a usar armas não letais
dormita há tempos na Câmara de Vereadores. E não são poucos os casos de
guardas agredidos por cidadãos cada vez mais estressados nas ruas, como
ocorreu recentemente quando um grupo de guardas municipais cariocas
tentava retirar barracas irregulares numa feira e foi brutalmente
agredido.
A atuação da PM seria mais adequada (e prioritária) no policiamento
ostensivo, patrulhamento de ruas, nas manifestações em que se esteja
colocando em risco o patrimônio público e privado, e nas UPPs. Sem a
ajuda da guarda e sem que o cidadão tenha um meio de se defender de
ataques de armas brancas, nem mesmo o exército chinês dará conta de
proteger toda a população do Rio de Janeiro.
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