Elio Gaspari - FSP
Alguém precisa criar uma Lava Jato para conter a inépcia dos educatecas nacionais. Eles estão destruindo um trabalho de mais de uma década da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. Era uma coisa que dava certo, levava alegria aos estudantes, e não incomodava ninguém, salvo a onipotência dos burocratas da educação.
A ideia de uma Olimpíada para os estudantes das escolas públicas saiu da
Sociedade Brasileira de Matemática e teve o apoio entusiasmado de Lula.
O primeiro certame aconteceu em 2005.
Acoplado à Olimpíada, criou-se um Programa de Iniciação Cientifica, o PIC. Ele beneficiava os 6.000 garotos e garotas que conseguiam medalhas, custeando-lhes a ida às universidades federais mais próximas para um dia de aulas mensais com professores da rede de ensino superior. O êxito das medalhistas Fábia, Fabíola e Fabiele, as trigêmeas da zona rural de San- ta Leopoldina (ES), comoveu o país em 2015.
Sabe-se lá por quê, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, o Impa. É um centro de excelência acadêmica, mas não tem nada a ver com o tipo de serviço demandado pelo certame ou pelo PIC. Puseram um orçamento de R$ 60 milhões nas mãos de gestores que cuida- vam de R$ 30 milhões para fazer outra coisa.
Apesar dessa girafa, as coisas foram bem até 2015, quando a diretoria de ensino básico da Capes (a central financiadora de bolsas do governo, poderoso braço do ministério da Educação) objetou que o dinheiro destinado ao ensino básico não podia custear o trabalho de professores das federais.
Quem botou o PIC naquela diretoria da Capes que o tirasse, pois o objetivo era aprimorar o conhecimento dos medalhistas. O programa entrara na máquina de moer boas ideias. Como a Capes recusava-se a pagar os R$ 4 milhões que financiavam parte do programa, entrou em ação a máquina de inventar novidades. Tendo-se desmontado o PIC que levava os medalhistas às universidades federais, criou-se um PIC 2.0, com bolsas para mil professores dos municípios, oferecendo cursos especiais de matemática.
Enquanto o programa antigo custava R$ 12 milhões, o novo saía por R$ 8 milhões e dava muito menos trabalho aos burocratas. O Impa aceitou calado a destruição do PIC original e perfilhou o PIC 2.0.
Em 2016 surgiram críticas à extinção do PIC original e o Impa anunciou que, neste ano, ele seria restabelecido. O PIC 2.0, contudo, seria mantido.
Deu-se um milagre da aritmética. Num governo que pretende reduzir seus custos, um instituto de matemática gastava R$ 12 milhões com um programa, substitui-o por outro de R$ 8 milhões e passou a pedir R$ 17 milhões para cuidar da Olimpíada e dos dois programas. Tremenda economia.
A hora da Olimpíada de 2017 está chegando e instalou-se a balbúrdia. O Conselho Nacional de Pesquisas liberou R$ 7 milhões para custear as bolsas que pagam as viagens dos medalhistas, mas a Capes não dá um tostão para os professores federais do PIC original. Donde, não há como rodar o programa. Os educatecas de Brasília oferecem R$ 2 milhões para o PIC 2.0, que custa R$ 7 milhões e, portanto, precisa de mais R$ 5 milhões. Essa conta também não fecha.
A meninada cometeu o pecado de estudar matemática, de disputar a Olimpíada e de querer aprender mais. Os educatecas destruíram o que estava dando certo, toleraram algo que talvez não devesse ter existido (o PIC 2.0) e agora inviabilizam as duas iniciativas.
Acoplado à Olimpíada, criou-se um Programa de Iniciação Cientifica, o PIC. Ele beneficiava os 6.000 garotos e garotas que conseguiam medalhas, custeando-lhes a ida às universidades federais mais próximas para um dia de aulas mensais com professores da rede de ensino superior. O êxito das medalhistas Fábia, Fabíola e Fabiele, as trigêmeas da zona rural de San- ta Leopoldina (ES), comoveu o país em 2015.
Sabe-se lá por quê, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, o Impa. É um centro de excelência acadêmica, mas não tem nada a ver com o tipo de serviço demandado pelo certame ou pelo PIC. Puseram um orçamento de R$ 60 milhões nas mãos de gestores que cuida- vam de R$ 30 milhões para fazer outra coisa.
Apesar dessa girafa, as coisas foram bem até 2015, quando a diretoria de ensino básico da Capes (a central financiadora de bolsas do governo, poderoso braço do ministério da Educação) objetou que o dinheiro destinado ao ensino básico não podia custear o trabalho de professores das federais.
Quem botou o PIC naquela diretoria da Capes que o tirasse, pois o objetivo era aprimorar o conhecimento dos medalhistas. O programa entrara na máquina de moer boas ideias. Como a Capes recusava-se a pagar os R$ 4 milhões que financiavam parte do programa, entrou em ação a máquina de inventar novidades. Tendo-se desmontado o PIC que levava os medalhistas às universidades federais, criou-se um PIC 2.0, com bolsas para mil professores dos municípios, oferecendo cursos especiais de matemática.
Enquanto o programa antigo custava R$ 12 milhões, o novo saía por R$ 8 milhões e dava muito menos trabalho aos burocratas. O Impa aceitou calado a destruição do PIC original e perfilhou o PIC 2.0.
Em 2016 surgiram críticas à extinção do PIC original e o Impa anunciou que, neste ano, ele seria restabelecido. O PIC 2.0, contudo, seria mantido.
Deu-se um milagre da aritmética. Num governo que pretende reduzir seus custos, um instituto de matemática gastava R$ 12 milhões com um programa, substitui-o por outro de R$ 8 milhões e passou a pedir R$ 17 milhões para cuidar da Olimpíada e dos dois programas. Tremenda economia.
A hora da Olimpíada de 2017 está chegando e instalou-se a balbúrdia. O Conselho Nacional de Pesquisas liberou R$ 7 milhões para custear as bolsas que pagam as viagens dos medalhistas, mas a Capes não dá um tostão para os professores federais do PIC original. Donde, não há como rodar o programa. Os educatecas de Brasília oferecem R$ 2 milhões para o PIC 2.0, que custa R$ 7 milhões e, portanto, precisa de mais R$ 5 milhões. Essa conta também não fecha.
A meninada cometeu o pecado de estudar matemática, de disputar a Olimpíada e de querer aprender mais. Os educatecas destruíram o que estava dando certo, toleraram algo que talvez não devesse ter existido (o PIC 2.0) e agora inviabilizam as duas iniciativas.
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