sexta-feira, 2 de maio de 2014

Também no setor serviços a confiança está abalada 
O Estado de S.Paulo 
No domingo passado comentamos aqui as pesquisas da Federação do Comércio e (Fecomércio) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) dando conta das quedas dos índices de confiança dos empresários do comércio (Fecomércio), de um lado, e dos consumidores em geral (FGV), de outro.
Na última quarta-feira, a FGV voltou a público para informar sobre o seu índice de confiança do setor de serviços (ICS), em abril, que também revela queda de 3,1% sobre março, quando já caíra 0,4%.
Diz o boletim da FGV que ao passar dos 116,9 pontos em março, para 113,3 pontos em abril, o ICS - cuja média histórica é de 123,7 pontos - chegou ao seu menor nível desde junho de 2009. Depois disso, o ICS se recuperou e passou a níveis de maior confiança, acima de 123,7 pontos. Mas, desde julho do ano passado, auge do período de grandes manifestações de descontentamento popular nas maiores cidades brasileiras, o ICS passou para o patamar abaixo da média, onde permanece há mais de sete meses. E a queda assinalada em abril foi a pior queda mensal desde o mês das revoltas.
O ICS incorpora dois outros índices: o de Situação Atual (ISA), e o de Expectativas (IE). Tanto um como o outro contribuíram fortemente para a queda do ICS. O ISA, que mede a satisfação do setor com o estado atual dos seus negócios, caiu 3,8% (contra -0,5% em março). O IE caiu 2,5% e está em quedas consecutivas desde dezembro passado.
O crédito mais caro, a inflação mais elevada desde o início do ano, a inibição do consumo, além de fatores menos visíveis, parecem ser a causa da piora desses indicadores no setor de serviços, segundo pensa o consultor da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/GV), Silvio Sales, ao comentar para o jornal Valor a expressiva queda do ICS.
No entanto, a pesquisa indica que o sentimento negativo que envolve o setor já vem de longe, pois as taxas negativas se repetem há sete meses. O que parece ter tido maior peso recentemente é a impressão de que também as previsões sobre a demanda futura do mercado não se apresentam nada animadoras.
Daí, a queda notável de 2,5% do IE, em abril, que recuara 2,0% em janeiro, 0,7% em fevereiro e 0,4% em março, dando até uma sensação de melhoria.
O fato é que a expectativa do setor, refletida no índice, parte de um patamar de 144,0 pontos registrado em novembro de 2012 para uma queda constante até o nível de 129,o pontos registrado agora.

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