Estados Unidos confirmam primeiro caso de ebola no país
Paciente está internado em uma área de isolamento em um hospital em Dallas, no Texas, desde domingo
VEJA
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC,
na sigla em inglês) confirmou nesta terça-feira o primeiro caso de ebola
diagnosticado em território americano. Trata-se também da primeira vez
em que esta cepa da doença é diagnosticada fora da África.
O paciente está internado em uma área de isolamento no Hospital
Presbiteriano de Dallas, no Texas. De acordo com o CDC, ele viajou da
Libéria — um dos países mais atingidos pelo ebola — aos Estados Unidos
para visitar familiares que vivem no país. O indivíduo desembarcou no
dia 20 de setembro, começou a manifestar os sintomas no dia 24, procurou
ajuda médica no dia 26 e foi internado no domingo (28) com suspeita de
ebola. O diagnóstico, confirmado na tarde desta terça-feira, é
"altamente confiável", afirmou Thomas Frieden, diretor da entidade, em
entrevista coletiva.
Contágio — Frieden enfatizou que o vírus é
transmitido pelo contato direto com fluidos corporais da pessoa
contaminada, e apenas na fase em que os sintomas se manifestam. O CDC
está identificando familiares e outras pessoas com as quais o paciente
teve contato durante o período contagioso da doença. Essas pessoas serão
monitoradas por 21 dias e, se manifestarem sintomas, serão colocadas em
isolamento.
O diretor do CDC não forneceu informações sobre a nacionalidade do
paciente, motivo da viagem à Libéria, estado de saúde e tratamento, por
"respeito à sua privacidade". Ele tampouco respondeu se o indivíduo
viajou em um avião comercial. "A doença não era contagiosa quando a
pessoa viajou aos Estados Unidos. Por isso, o risco de transmissão aos
outros passageiros é zero."
A atual epidemia de ebola na África infectou até agora mais de 6.500
pessoas, das quais pelo menos 3.000 morreram, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS). Guiné, Libéria e Serra Leoa são os
países mais afetados. A agência alerta que o número de casos pode
crescer exponencialmente, com mais de 20.000 infectados até o começo de
novembro, se novas medidas não forem adotadas para conter o vírus.
Americanos — Outros três americanos infectados com ebola foram tratados — e curados — nos Estados Unidos. Os médicos Kent Brantly e Rick Sacra a missionária Nancy Writebol
contraíram a doença na África e foram repatriados já contaminados. No
caso anunciado hoje, no entanto, o paciente recebeu o diagnóstico nos
Estados Unidos.
Vacina — Na semana passada, a OMS informou que milhares de doses de vacinas experimentais
contra o ebola devem estar disponíveis nos próximos meses a
profissionais da saúde e outras pessoas que tiveram contato com doentes.
Nenhuma vacina ainda se mostrou segura ou eficiente em humanos, por
isso, mais testes têm sido feitos para garantir que as substâncias não
são prejudiciais às pessoas.
A OMS tem priorizado o uso de sangue de sobreviventes do ebola e diz
que novos estudos são necessários para determinar se a medida pode
ajudar pessoas infectadas pelo vírus. Essas transfusões de sangue já
foram feitas em escala menor, como em um médico americano que se
infectou na Libéria e foi curado.
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