domingo, 23 de novembro de 2014

Paulo Roberto Costa acusa líder do PT no Senado de ter recebido R$ 1 milhão da máfia da Petrobras
Reinaldo Azevedo - VEJA
É… Mais um figurão do PT está na lista de Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras que fez um acordo de delação premiada e decidiu contar o que sabe. Desta feita, quem vai para a fogueira é Humberto Costa (PE), ministro da Saúde do primeiro governo Lula e hoje líder do PT no Senado. Segundo Paulo Roberto, o senador recebeu da máfia que tomava conta da Petrobras R$ 1 milhão para a campanha eleitoral de 2010, que o conduziu ao Senado.
Costa engrossa, assim, a lista de políticos que teriam recebido doações do esquema, que inclui o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto; a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB); Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB); Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia; os presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR); os deputados João Pizzolatti (PP-SC) e Candido Vaccarezza (PT-SP); Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, do PP da Bahia, e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma.
Na lista de Costa, também apareceu o nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, já morto. Ele teria pedido propina para a ajudar a enterrar a CPI da Petrobras, em 2009. Pode ser? Que se investigue. Mas é uma acusação um tanto estranha. A comissão instalada, então, para investigar desvios na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, tinha 11 membros. Apenas três da oposição: além de Guerra, estavam lá Álvaro Dias (PSDB-PR) e ACM Jr. (DEM-BA). O governo tinha uma maioria esmagadora para fazer o que bem quisesse, inclusive enterrar a investigação, como se fez. Por que o esquema pagaria para um Sérgio Guerra que não tinha poder nenhum?
Paulo Roberto revelou à Polícia Federal e ao Ministério Público que, em 2010, foi procurado por Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O ex-ministro da Fazenda, que já tinha sido membro do Conselho da Petrobras, precisava, com urgência, de R$ 2 milhões. Nota à margem: em 2010, Palocci era um dos três homens fortes da campanha de Dilma. Os outros dois eram José Eduardo Cardozo, hoje no Ministério da Justiça, e José Eduardo Dutra, hoje numa diretoria da Petrobras. Dilma os apelidou de seus “Três Porquinhos”.
Agora, outro petista de cabeça coroada aparece no rolo. Que a roubalheira existiu, e numa dimensão inédita, é fato comprovado. Um engenheiro de escalão intermediário, Pedro Barusco — homem forte de Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços —, aceitou devolver aos cofres públicos a soma fabulosa de US$ 97 milhões.

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