Dólar mais caro veio para ficar, diz ministro do Desenvolvimento
Real foi divisa que mais perdeu força ante o dólar neste ano; exportações recuaram 15%
FÁBIO MONTEIRO - FSP
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando
Monteiro, afirmou nesta quarta-feira (29) que o cenário de dólar mais
caro "veio para ficar" e que o câmbio elevado ajudará a compensar outras
dificuldades enfrentadas pelos exportadores brasileiros.
"Na nossa avaliação, teremos um câmbio amigável ao setor exportador,
alinhado às necessidades do comércio exterior brasileiro", afirmou.
Preferindo não citar qual seria o patamar ideal do dólar para um
equilíbrio entre importações e exportações, Monteiro disse que o atual
momento tem criado condições melhores para empresas que desejam vender
seus produtos no exterior, compensando desvantagens competitivas do
Brasil, como custos logísticos e estrutura tributária.
O real se desvalorizou em 20,7% neste ano ante o dólar (foi a moeda
emergente que mais perdeu força no período para a americana). Nesta
quarta-feira (29), ela fechou com queda de 2,23% cotada a R$ 3,337.
As exportações brasileiras, no entanto, recuaram 14,7% no primeiro
semestre na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda se
deve em grande parte ao recuo no preço de commodities como o minério de
ferro.
Na terça (28), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, classificou a atual
disparada da moeda americana como uma turbulência passageira.
REBAIXAMENTO
Questionado sobre a mudança de perspectiva da nota de crédito do Brasil,
que foi reavaliada na terça pela agência de classificação de risco
Standard & Poor's, Monteiro afirmou que os entendimentos entre o
Congresso e o Executivo vão evitar a perda do grau de investimento.
"O Brasil tem dificuldades, mas tem um ambiente institucional muito
maduro. Com essa aliança com o Congresso e a convergência de posições,
vamos seguramente manter o grau de investimento, e isso é muito
importante para o país", afirmou.
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