França reforça polícia para frear ilegais no Eurotúnel
Crise se agrava após sudanês morrer ao tentar travessia para o Reino Unido
Aproximadamente 37 mil migrantes tentaram cruzar para lado inglês pelo túnel do canal da Mancha só neste ano
FSP
A França deslocou 120 policiais da tropa de choque para Calais, na
entrada do túnel do canal da Mancha, em resposta à crise migratória que
se instalou na região.
A situação se agravou nesta quarta-feira (29), quando um imigrante
sudanês morreu tentando cruzar o túnel em direção ao Reino Unido,
segundo a polícia francesa.
O sudanês, que tinha entre 25 e 30 anos, segundo as autoridades, foi
provavelmente atingido por um caminhão que saía de um dos compartimentos
que transportam veículos pelo túnel, informou a polícia francesa. Os
meios de comunicação franceses relataram que ele foi o nono imigrante a
morrer no complexo, chamado de Eurotúnel, desde o início de junho.
Poucas horas após a morte do imigrante sudanês em Calais, um suposto
imigrante egípcio foi eletrocutado ao tentar entrar clandestinamente em
um trem que partia de Paris com destino a Londres, informaram a polícia e
autoridades ferroviárias.
Acredita-se que ele tenha tocado acidentalmente fios de alta tensão ao tentar entrar em uma área restrita.
Um policial da estação Gare du Nord, em Paris, disse que o homem havia sofrido queimaduras graves.
O tráfego de mercadorias e passageiros pela ligação tem sido fortemente
afetado nas últimas semanas, à medida que um grande número de imigrantes
acampados na área de Calais tenta embarcar em caminhões e trens que
viajam da França para o Reino Unido.
Houve cerca de 1.500 tentativas de imigrantes de acessar o túnel na
noite de terça-feira (29), informou um porta-voz do Eurotúnel, após o
registro de outras 2.000 na noite anterior.
Segundo o consórcio do Eurotúnel, que controla o complexo ferroviário no
canal da Mancha, mais de 37 mil imigrantes foram barrados desde 1º de
janeiro ao tentar atravessá-lo ilegalmente para o Reino Unido.
"Os atravessadores acabam vendendo aos imigrantes a noção de que o Reino
Unido é o único 'eldorado' para uma vida melhor", afirmou o
vice-prefeito de Calais, Emmanuel Agrius.
A crise migratória em Calais se tornou um impasse, com o Eurotúnel
pedindo reembolso aos governos da França e do Reino Unido por cerca de €
10 milhões (R$ 37 milhões) gastos em medidas de segurança. O Reino
Unido já prometeu o repasse de 7 milhões de libras (R$ 36,2 milhões)
adicionais ao consórcio para lidar com a crise.
"Uma das medidas que estamos tomando é pressionar pela colocação de
grades o mais rápido possível para reduzir o problema", afirmou a
secretária britânica do Interior, Theresa May.
DISPUTAS
O fluxo de imigrantes se intensificou com as disputas trabalhistas em Calais.
Nos últimos meses, trabalhadores de um serviço de balsas entre a França e
o Reino Unido realizaram diversas paralisações e greves, provocando
congestionamentos e facilitando que imigrantes se escondam em caminhões
parados na entrada do túnel sob o canal da Mancha.
O Eurotúnel fará uma campanha em nove idiomas para evitar que imigrantes ilegais tentem usar os trilhos como passagem.
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