quinta-feira, 30 de julho de 2015

Quatro delatores ainda são desconhecidos; PT teme que Renato Duque seja um deles
Reinaldo Azevedo - VEJA
O Ministério Público anunciou nesta quarta-feira que há seis outros acordos de delação premiada que correm em sigilo, além de uma lista de 16 nomes que foi apresentada, a saber: Paulo Roberto Costa e seus familiares (Marici da Silva Azevedo Costa, Shanni Azevedo Costa Bachmann, Arianna Azevedo Costa Bachmann, Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz); o ex-gerente da estatal Pedro Barusco; o doleiro Alberto Youssef; seu ajudante Rafael Ângulo Lopez; Dalton Avancini e Eduardo Leite, diretores da Camargo Corrêa; os lobistas Julio Camargo e Shinko Nakandakari e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio.
Como da lista do MP não constam os nomes do Milton Pascowitch e do empresário Mauro Góes, o último a fazer acordo, então seriam apenas quatro os delatores por enquanto desconhecidos. As especulações correm soltas.
Góes, autor das mais recentes acusações, detalhou ao MP como funcionaria o esquema da Andrade Gutierrez, mantido no exterior, segundo ele, para a distribuição de propinas. Ele sustenta que, por meio da subsidiária Zagope Angola, a empresa teria repassado recursos para uma offshore na Suíça que ela própria controlaria — a Phad Corporation — , de onde migrariam para as contas do petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços.
Segundo o MP, houve pelo menos 83 repasses de propina entre julho de 2006 e fevereiro de 2012 da conta de Góes para a de Pedro Barusco, que abrigariam também propinas para Duque, que era o chefe de Barusco. O total das operações teria chegado, aponta o MP, a US$ 6,42 milhões.
Os outros
As especulações ficam agora por conta dos quatro outros delatores anunciados pelo Ministério Público. Entre eles, pode estar um nome que leva verdadeiro pânico ao PT e que, até agora ao menos, tem-se mantido um túmulo: o petista Renato Duque.
Quando se deu a primeira prisão de Duque, circularam com força os boatos de que ele teria dito que não cairia sozinho. Depois, obteve um habeas corpus no Supremo, e a temperatura baixou. A segunda prisão, acusado que foi de tentar esconder ativos, levou a uma nova elevação da tensão. Comenta-se nos bastidores que a família pressiona Duque a fazer o acordo de delação premiada.
Há duas semanas, seu advogado chegou a dizer que essa não era uma hipótese descartada. Nos próximos dias, saberemos. O PT está mais ansioso do que nós.

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