Lula move ação contra jornalistas da 'Veja' por danos morais
Ex-presidente questiona reportagem que o associou ao esquema de desvios na Petrobras
FSP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta quarta-feira (29)
na Justiça do Distrito Federal com uma ação contra jornalistas da
revista "Veja" em que pede reparação por danos morais.
O petista questiona reportagem publicada pela revista nesta semana que o associou ao escândalo de corrupção na Petrobras.
Segundo o semanário, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro
Filho, o Leo Pinheiro, está negociando um acordo de delação premiada no
âmbito da Operação Lava Jato e ofereceu aos investigadores informações
sobre como Lula teria se beneficiado do esquema de desvios na estatal.
Após a publicação da reportagem, a defesa do executivo, que está em
prisão domiciliar e é próximo de Lula, emitiu nota na qual nega as
supostas tratativas em torno de um acordo de delação.
A Editora Abril, que edita a "Veja", ainda não se pronunciou sobre o caso.
Os advogados de Lula acionaram judicialmente os jornalistas Robson
Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira, que assinaram a reportagem, e o
diretor de Redação da revista, Eurípedes Alcântara.
"O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta
ausência de elementos que possam lhe dar suporte", afirmam os advogados
do ex-presidente na ação.
A defesa de Lula argumenta ainda que, de acordo com jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, "a liberdade de comunicação e de imprensa
pressupõe a necessidade de o jornalista e/ou o veículo pautar-se pela
verdade".
"A reportagem repete práticas comuns à 'Veja': mente, faz acusações
infundadas e sem provas, apresenta ilações como se fossem fatos, atribui
falas e atos, não tem fontes e busca atacar, de todas as formas, a
honra e a imagem do ex-presidente Lula", afirmou o Instituto Lula em
nota.
NEGOCIAÇÃO
De acordo com a "Veja", a negociação entre Leo Pinheiro e os
investigadores da Lava Jato envolveria também o detalhamento de despesas
pessoais da família de Lula pagas pela OAS e, ainda, a entrega de uma
lista dos políticos que teriam recebido propina da empreiteira.
Leo Pinheiro foi preso em novembro do ano passado sob suspeita de
lavagem de dinheiro, corrupção ativa e associação criminosa. O
executivo, em prisão domiciliar desde abril, nega as acusações.
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