DIOGO BERCITO - FSP
Espanhóis votaram no domingo em eleições gerais históricas
que puseram um fim ao bipartidarismo. Os tradicionais PP (Partido
Popular, conservador) e PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol, de
centro-esquerda) vinham há décadas revezando o poder.
O PP venceu o pleito, mas com apenas 123 cadeiras. Um governo de maioria
absoluta é formado por 176 assentos, número que o partido conservador
não conseguiria somar nem caso se aliasse ao Cidadãos, de centro-direita (40 postos).
No quebra-cabeças que líderes políticos espanhóis precisarão montar nas próximas semanas, uma das possibilidades seria uma aliança entre PSOE (90 assentos), Podemos (69) e siglas menores de esquerda. Mas Pablo Iglesias, líder do Podemos, dificilmente fará um pacto com os rivais para tal.
Ele insistiu durante a segunda-feira em uma série de exigências, que incluem um referendo na Catalunha e reformas no sistema eleitoral. A jornalistas, Iglesias disse que não está pensando em "negociações", mas no estabelecimento de compromissos entre todos os partidos.
"Quem está pensando que a política é sobre assentos [no Parlamento] não entendeu a nova época que começou", afirmou, referindo-se ao fim do bipartidarismo na Espanha e à necessidade de pactos entre atores políticos.
LEI ELEITORAL
Algumas das linhas vermelhas traçadas pelo Podemos podem ser cumpridas em uma aliança com PSOE ou Cidadãos. A reforma da lei eleitoral, que hoje distorce os resultados e privilegia zonas rurais, é uma das grandes bandeiras do Cidadãos.
Como os votos têm peso diferente, de acordo com a região, os resultados prejudicam alguns dos partidos. A Esquerda Unida, por exemplo, conquistou dois assentos com 923 mil votos. O Partido Nacionalista Basco, com apenas 301 mil votos, elegeu por sua vez seis deputados.
Mas será extremamente difícil convencer o PSOE de Pedro Sánchez a concordar com um referendo na Catalunha. O separatismo dessa região espanhola –também combatido pelo Cidadãos– é um tema delicado no país.
A impossibilidade de um acordo entre Podemos e outros partidos pode forçar diversos cenários, incluindo uma insólita aliança entre PP e PSOE, com dano político a ambos. Os partidos são historicamente antagonistas.
Outra possibilidade é que, se for impossível montar um governo com os resultados do pleito de domingo, a Espanha tenha que realizar novas eleições no início de 2016, um cenário que já preocupa investidores, diante da ideia da instabilidade política em uma economia central na União Europeia.
AFP PHOTO / PIERRE-PHILIPPE MARCOU | ||
A partir da esquerda, os líderes Pedro Sanchez (PSOE), Pablo Iglesias (Podemos), Albert Rivera (Cidadãos) e Soraya Saenz de Santamaria (PP) |
No quebra-cabeças que líderes políticos espanhóis precisarão montar nas próximas semanas, uma das possibilidades seria uma aliança entre PSOE (90 assentos), Podemos (69) e siglas menores de esquerda. Mas Pablo Iglesias, líder do Podemos, dificilmente fará um pacto com os rivais para tal.
Ele insistiu durante a segunda-feira em uma série de exigências, que incluem um referendo na Catalunha e reformas no sistema eleitoral. A jornalistas, Iglesias disse que não está pensando em "negociações", mas no estabelecimento de compromissos entre todos os partidos.
"Quem está pensando que a política é sobre assentos [no Parlamento] não entendeu a nova época que começou", afirmou, referindo-se ao fim do bipartidarismo na Espanha e à necessidade de pactos entre atores políticos.
LEI ELEITORAL
Algumas das linhas vermelhas traçadas pelo Podemos podem ser cumpridas em uma aliança com PSOE ou Cidadãos. A reforma da lei eleitoral, que hoje distorce os resultados e privilegia zonas rurais, é uma das grandes bandeiras do Cidadãos.
Como os votos têm peso diferente, de acordo com a região, os resultados prejudicam alguns dos partidos. A Esquerda Unida, por exemplo, conquistou dois assentos com 923 mil votos. O Partido Nacionalista Basco, com apenas 301 mil votos, elegeu por sua vez seis deputados.
Mas será extremamente difícil convencer o PSOE de Pedro Sánchez a concordar com um referendo na Catalunha. O separatismo dessa região espanhola –também combatido pelo Cidadãos– é um tema delicado no país.
A impossibilidade de um acordo entre Podemos e outros partidos pode forçar diversos cenários, incluindo uma insólita aliança entre PP e PSOE, com dano político a ambos. Os partidos são historicamente antagonistas.
Outra possibilidade é que, se for impossível montar um governo com os resultados do pleito de domingo, a Espanha tenha que realizar novas eleições no início de 2016, um cenário que já preocupa investidores, diante da ideia da instabilidade política em uma economia central na União Europeia.
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