sexta-feira, 21 de abril de 2017

A corrida maluca para 2018
Depois da hecatombe da Lava-Jato, o cenário de terra arrasada começa a dar lugar a uma paisagem repovoada por novas espécies — todas à espera da largada
Bruna Narcizo e Renato Onofre - VEJA
Até as emas que habitam os gramados do Palácio do Planalto sabem que não há vácuo em política. Assim, quando se olha o cenário das eleições presidenciais de 2018, a paisagem de terra arrasada produzida pela hecatombe das delações da Lava-Jato vai rapidamente dando lugar a outra. Nela, em vez dos políticos tradicionais, o que se vê é um repovoamento algo desordenado de novas espécies.
Elas incluem desde o empresário, ex-apresentador de TV e recém-empossado prefeito de São Paulo João Doria até o (ainda) apresentador de TV Luciano Huck e o ex-presi­dente do Banco Central Arminio Fraga. Doria começou a aparecer nas pesquisas de intenção de voto espontânea para presidente pouco depois de assumir a prefeitura e segue em trajetória ascendente. Em levantamento do Ibope divulgada na quinta-feira, seu nome alcançou 24% de potencial de votos. Huck é uma das apostas do Partido Novo, de olho na popularidade do apresentador e em sua “descontaminação” política. Arminio Fraga, por ora, não passa de uma menção — ainda que cada vez mais frequente — feita em círculos empresariais de São Paulo e do Rio, desejosos de um nome “técnico” e identificado com o mercado.
O cenário pós-hecatombe para 2018 é heterogêneo sob vários aspectos. Reúne candidatos a candidatos, candidatos que juram não ser candidatos, não candidatos que não descartam a possibilidade de virar candidatos e aqueles que não são candidatos de fato e nunca virão a ser, embora muita gente gostaria que fossem. Em uma dessas duas últimas categorias, encontram-se o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e relator do mensalão, Joaquim Barbosa, e o nome mais célebre da Lava-Jato, Sergio Moro. 
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