Lula e Marisa queriam passar festas de fim de ano em tríplex, diz Léo Pinheiro
Ex-primeira-dama teria pedido para obras ficarem prontas antes das comemorações
O Globo
Além de confirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o dono do tríplex no
Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, o ex-presidente da OAS,
Léo Pinheiro, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que o petista e
sua mulher, Marisa Letícia, falecida em fevereiro, pretendiam passar as
festas de fim do ano de 2014 no apartamento.
Léo
Pinheiro declarou que, em janeiro de 2014, Lula o procurou porque
queria fazer, junto com a mulher, uma visita ao apartamento. De acordo
com o ex-executivo da OAS, a reforma foi aprovada pelo casal e já estava
adiantada. Em uma segunda visita ao imóvel, Marisa pediu que as obras
ficassem prontas antes do fim do ano.
— Dona Marisa me fez um pedido, disse olha: 'Nós gostaríamos
de passar as festas de fim de ano aqui no apartamento. Teria condições
de estar pronto?'. Eu disse: 'Olha, pode ficar certa que, antes disso,
nós vamos entregar tudo pronto' — declarou o ex-executivo no depoimento.
Segundo Léo Pinherio, o imóvel reformado pela OAS já estava
reservado para o ex-presidente antes da negociação com a Bancoop,
cooperativa que repassou o prédio para a empreiteira após problemas
financeiros.
— O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me
passaram para estudar o empreendimento da Bancoop. Já foi me dito que
era para o presidente Lula e sua família. Que eu não comercializasse, e
tratasse aquilo como coisa do presidente Lula — confirmou Pinheiro.
A defesa de Lula afirmou que Léo Pinheiro mentiu em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro para ter seu acordo de colaboração premiada aceito pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em nota divulgada no início da noite, a defesa do ex-presidente alega
que outras testemunhas negaram que tríplex pertence a Lula. Diz também
que a afirmação do empreiteiro é "incompatível com documentos da
empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro".
"A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um
diálogo — não presenciado por ninguém — no qual Lula teria dado a
fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre
contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não
ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente", diz trecho
da nota.
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