Grupo de Alckmin quer indicar novos dirigentes do PSDB, mas esbarra em lobby pró-Jereissati
Partido da autofagia Já profundamente dividido
sobre a aliança com o governo Michel Temer, o PSDB vive novo dilema,
desta vez centrado na disputa pelo comando da legenda. Ala afeita ao
governador Geraldo Alckmin (SP) defende que, com a derrocada de Aécio
Neves (MG), caiba ao paulista indicar os dirigentes da sigla. Aliados de
outros caciques, como José Serra (SP), defendem a manutenção de Tasso
Jereissati (CE) na presidência. Têm, porém, um problema: o cearense diz
que não quer ficar no posto.
Travou Com o impasse, tucanos ligados a Serra e
aliados de Aécio atuam para evitar que o partido convoque convenção para
definir nova direção. Acham que, com o apoio do prefeito de São Paulo,
João Doria, que está em alta, o grupo de Alckmin pode levar o comando da
sigla.
Em looping O impasse entre aliados de Alckmin e
Serra tem como pano de fundo a disputa de 2018. Com Aécio fora de jogo, o
governador despontou como presidenciável da sigla, mas Serra, que diz
ser cedo para falar em eleição, ainda não desistiu de concorrer ao
Planalto.
Fala sério Aliados do governador paulista no
Congresso dizem, porém, que não há possibilidade de minimizar a
participação dele na nova direção do PSDB. Para eles, é natural que
Alckmin, apoiado por outros governadores, tome a dianteira do processo.
Cuidem do quintal Enquanto tentam manobrar o grave
caso de Aécio, tucanos se preparam para novo revés. Veem o governador
Pedro Taques (MT) em situação cada vez mais delicada. Dois de seus
secretários foram presos em operação que investiga grampos ilegais
feitos com o aval do governo estadual.
Rebanho O senador Álvaro Dias (PR) tenta
arregimentar filiados ao Podemos, antigo PTN, para aumentar a bancada no
Senado. Atua, neste momento, para atrair o colega Reguffe (sem
partido-DF).
Sigam-me Dias será lançado pré-candidato à Presidência no dia 2 de julho, em convenção do Podemos. Vai girar o país, a começar por BH.
Por fora Enquanto os procuradores Mário Bonsaglia e
Raquel Dodge despontam nas bolsas de apostas da sucessão na PGR, o nome
de Eitel Santiago começa a ser mencionado como opção menos amarga a
Michel Temer em alguns nichos do Judiciário.
Presunção de culpa A imagem de Michel Temer anda tão
arranhada que, segundo pesquisa do Datafolha, 50% dos que dizem
desconhecer as denúncias de corrupção contra o presidente afirmam
acreditar mesmo assim que o peemedebista tem envolvimento direto nelas.
Onde pega mais Dois em cada três entrevistados
querem que Temer deixe imediatamente a presidência, mas essa taxa sobe
no Nordeste. Lá, o índice apurado é de 74%. Percentuais mais altos pela
manutenção do mandato até 2018 são encontrados entre os mais velhos
(40%) e os mais ricos (42%).
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