terça-feira, 13 de junho de 2017

Ministros do STF são espionados DE NOVO com ordem do Planalto
Quando o ministro Gilmar Mendes foi espionado pelo governo Lula, o alto magistrado ligou para o ex-presidente FHC para pedir apoio político e foi até o Palácio do Planalto, sem hora marcada, exigir falar com o presidente Lula acompanhado dos ministros Ayres Britto e Cezar Peluso.
““Eu estava numa fazenda”, contou Fernando Henrique em São Paulo. “O Gilmar estava indignado. Disse que ia reagir à altura, chamando às falas o presidente Lula. Eu o incentivei a ir em frente.” Mendes foi. “Não há mais como descer na escala da degradação institucional”, declarou ele à imprensa. “Gravar clandestinamente os telefonemas do presidente do STF é coisa de regime totalitário. É deplorável, ofensivo, indigno.” No dia seguinte, uma delegação do STF integrada por Mendes, Ayres Britto e Cezar Peluso foi ao Planalto sem ter sido convidada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva os recebeu. (…) Dias depois, à guisa de reparação, mas sem explicitá-la, determinou que o delegado Paulo Lacerda saísse da chefia da Agência Brasileira de Inteligência.” Fonte.
(Para saber mais sobre esse episódio e sobre os grampos no STF leia os livros ‘Ex-agente abre a caixa preta da ABIN‘ de Claudio Tognolli e do Tenente-Coronel André Soares e ‘Assassinato de Reputações I‘ de Claudio Tognolli e Romeu Tuma.)
Agora é o ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, quem está sendo grampeado. A revelação foi estampada na capa da revista Veja que confirma o caso com um assessor do presidente.
Na Veja:
“De acordo com um auxiliar do presidente Michel Temer, que pediu para se manter no anonimato porque não está autorizado a falar publicamente sobre o assunto, o governo acionou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o serviço secreto, para bisbilhotar a vida do ministro com o objetivo de encontrar qualquer detalhe que possa fragilizar sua posição de relator da Lava-Jato.”
A ABIN é um órgão de inteligência de Estado, não de arapongagem do governo. É óbvio que a ordem para espionar um ministro do STF não se enquadra no quesito operação de inteligência para municiar o presidente Michel Temer de informações sensíveis, é um ato criminoso puro e simples. Quem deu a ordem é criminoso, quem sabia da ordem é criminoso e quem cumpriu a ordem sabia que estava cometendo um crime. Aliás, no livro ‘Ex-agente abre a caixa preta da ABIN‘ o Tenente-Coronel André Soares mostra através de sua trajetória que é possível chegar nos mais altos postos da vida pública nos Serviços de Inteligência do país se negando a cumprir ordem ilegais.
A presidente do Supremo Tribunal Federal reagiu e soltou uma nota dura sobre o episódio. O presidente Michel Temer negou o ocorrido, assim como Lula.
Recentemente, o ministro Luís Barroso, que ocupa o gabinete que era do ministro Joaquim Barbosa, relator do Mensalão, encontrou uma escuta desativada em seu gabinete.
Fica a curiosidade sobre a reação do ministro Gilmar Mendes sobre a revelação de que um colega de STF está sendo grampeado pelo governo Temer. Vai reagir ou vai fingir que não viu?


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