sexta-feira, 2 de maio de 2014

Pedofilia? No Iraque islâmico é permitido por lei!
Rodrigo Constantino - VEJA
Fonte: Folha
É tanta coisa que quase deixei passar essa notícia: Projeto no Iraque reduz a idade mínima de casamento para xiitas mulheres para 9 anos
Aliados do premiê xiita Nuri al-Maliki querem implementar um novo código da família que vai na contramão da atual Lei do Status Pessoal, uma das mais favoráveis à mulher em países árabes.
A proposta se destina exclusivamente aos xiitas (60% da população), que passariam a ter possibilidade de recorrer a tribunais religiosos em vez dos civis. O pacote de mudanças é chamado de Lei Jaffari, em homenagem a Jaffar Al Sadiq, santo do islã xiita.
A tramitação, que já passou pelo Conselho de Ministros, está em pausa devido à eleição legislativa de amanhã. Mas o favoritismo dos candidatos islamitas gera temores de que a lei poderá ser aprovada pelo novo Parlamento.
“Somos um país islâmico, por isso devemos seguir a sharia [lei islâmica]. É melhor que a lei civil”, diz Jamila Ali Kirani, 45, do partido xiita Dawa, o mesmo de Maliki. “Passamos muito tempo sob lei sunita, queremos uma lei para nós”, diz, numa referência ao fato de o Iraque ter sido governado por sunitas por quase todo o século 20.
A Lei Jaffari visa diminuir a idade mínima de casamento para mulheres de 18 para 9 anos de idade. O artigo 79 determina que uma mulher só pode pedir divórcio se provar que o marido é impotente ou que seu pênis foi amputado.
Xiitas iraquianas, caso o texto seja aprovado, só poderão sair de casa com autorização do marido e deverão estar sempre disponíveis para relações sexuais. A lei incentiva a poligamia.
A iniciativa também visa banir casamentos entre muçulmanos e pessoas de outra religião – o que, para estudiosos, contraria o Alcorão.
Coisa de xiita mesmo! Esse tipo de notícia coloca em xeque os ungidos multiculturalistas ocidentais. Como não há culturas atrasadas segundo eles, apenas “diferentes”, e como a democracia, entendida apenas como escolha da maioria, é um valor absoluto, como condenar quando a maioria de um povo escolhe por voto a sharia?
Não custa lembrar que impor a sharia, a lei islâmica, é o objetivo de muito muçulmano, não apenas uma minoria insignificante. O Islã ainda não chegou a seu iluminismo, ainda não sabe o que é estado laico, vive mergulhado no passado, sem separação alguma entre religião e estado.
Escrevi aqui uma resenha do ótimo livro de Andrew McCarthy, Spring Fever, em que ele derruba esse mito confortante aos ocidentais de que a ala moderada é a mais forte dentro do Islã. Infelizmente, não é. Os moderados precisam de apoio, claro, mas hoje são minoria. Escrevi:
McCarthy não tem medo de concluir que, nos termos de Samuel Hutington, trata-se de um “confronto de civilizações”. Não reconhecer isso é um perigo, pois o outro lado avança de forma agressiva. A meta das lideranças islâmicas, com o apoio da maioria do povo, é o “renascimento islâmico”, o resgate de uma época de predominância do Islã. 
Os que são considerados “moderados” pela esquerda ocidental não escondem o mesmo sonho, e simpatizam com os terroristas, retratados por eles como “resistentes”. O ódio a Israel e aos Estados Unidos está presente também, mas muitos fingem não ver. McCarthy resume sem rodeios: “Nesta região antidemocrática, a democracia real não tem a menor chance contra a supremacia islâmica”.
Como discordar quando vemos esse tipo de notícia? Está certo que no Ocidente mulheres casavam com 13 anos às vezes. Mas no mínimo há um século isso não ocorre. Eram outros tempos, a expectativa de vida era bem menor. Crianças deixavam de ser criança antes. Agora, em pleno século XXI, forçar uma criança de 9 anos a se casar? Isso é monstruoso! E prova o atraso islâmico, não “apenas diferenças”.
O pior é que os muçulmanos contam com o respaldo do profeta, e como não aprenderam a contextualizar as coisas, não entenderam ainda que os hábitos evoluem, ficam presos no século VII, como se os cristãos quisessem viver exatamente como se vivia há dois mil anos (alguns fundamentalistas querem, mas são minoria). Em Esquerda Caviar eu disse:
Os intelectuais de esquerda infantilizaram tanto a humanidade, com a crença de que ninguém mais é responsável pelos seus atos, que chegaram ao limite de tolerar ou mesmo até respeitar os pedófilos! São infantis “inocentes” defendendo os infantis monstruosos. Será que a revolução cultural marxista não tem mesmo limites? Até onde vai na confusão entre liberdade e libertinagem?
A crescente islamização do mundo ocidental tende a agravar o problema. Afinal, apesar do tabu e de poucos falarem disso, consta que o próprio profeta Maomé gostava de crianças, e inclusive se casou com uma. Alá o teria autorizado a casar com a filha de seis anos de seu amigo Abu Bakr e a consumar o matrimônio quando a menina Aisha tivesse apenas nove anos. A esquerda caviar ocidental pretende tratar isso como algo normal?
Chegamos ao impasse dos multiculturalistas: aceitam que cada cultura é “apenas diferente” e que não há bárbaros, portanto, ou constatam o óbvio, que certas sociedades ainda vivem presas a valores abjetos que ignoram completamente as liberdades básicas dos indivíduos. Qual vai ser a opção?

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