Medida havia sido cancelada pelo presidente deposto, Viktor Yanukovich; Putin e Merkel se falaram hoje sobre crise no país europeu
OM
Em meio à tensão com a Rússia, o presidente interino da Ucrânia,
Alexandr Turchinov, decretou nesta quinta-feira (01/05) a reimplantação
do serviço militar obrigatório, que havia sido suspensa pelo seu
antecessor, Viktor Yanukovich.
Segundo o decreto presidencial, a primeira formação de fileiras será ainda neste mesmo ano, de forma urgente.O recrutamento cairá sobre os homens maiores de 18 anos e até os de 25, que não tenham problemas de saúde nem situações que lhes eximam de servir o Exército. O decreto foi publicado hoje no Diário Oficial e entrou em vigor de forma imediata.
No dia 17 de abril, a Rada Suprema (Legislativo) recomendou ao presidente ucraniano que restabelecesse o serviço militar para reforçar a defesa do país, "devido à agressão da Federação Russa".
Agência Efe
Em comemoração ao dia do trabalho, centenas de manifestantes pró-Rússia saíram às ruas de Donetsk nesta quinta-feira
O fim do alistamento obrigatório foi um dos fatores que enfraqueceu as Forças Armadas do país durante o governo de Yanukovich.
Ligação
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu hoje que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, auxilie na libertação dos inspetores militares europeus, entre eles alemães, sequestrados por manifestantes pró-Rússia no sudeste da Ucrânia.
Os líderes conversaram por telefone sobre o desenvolvimento da crise política na Ucrânia. "Merkel pediu a Putin ajuda para a libertação dos inspetores militares de vários países europeus sequestrados, entre eles alemães", informou o serviço de imprensa do Kremlin.
Putin ressaltou a importância da retirada das regiões do sudeste da Ucrânia de todas as unidades militares. O presidente defendeu a abertura de um diálogo nacional no país para realizar reformas constitucionais, das quais deveriam participar todas as regiões e forças políticas da Ucrânia.
"Ambas as partes sublinharam a importância de que se aproveite ao máximo na Ucrânia o potencial de mediação que tem a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa)" para resolver a crise no país, afirmou o Kremlin.
Putin e Merkel, que já mantiveram seis conversas telefônicas sobre a crise ucraniana nos últimos dois meses, concordaram em voltar a se falar em breve.
As milícias pró-Rússia da cidade de Slaviansk (sudeste da Ucrânia) anunciaram hoje que tinham libertado dois dos três oficiais do Serviço de Segurança da Ucrânia até então sequestrados.
Antes do anúncio, o autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, disse à agência russa Interfax que havia sido iniciada negociações com as autoridades de Kiev para a liberação dos seis inspetores militares europeus e um intérprete retidos desde 25 de abril.
"Os representantes da OSCE seguem em Slaviansk. Criamos condições cômodas para eles. Tratamos eles como amigos. Com certeza, querem ir para sua casa e já estamos tendo negociações com as autoridades de Kiev. Esperamos que possa haver uma troca entre eles e nossos ativistas detidos", explicou.
Os inspetores militares sequestrados são três alemães, um polonês, um dinamarquês e um tcheco, além de um intérprete alemão, e foram acusados pelos russófonos de espionar para a Otan.
Os insurgentes libertaram no domingo o inspetor sueco Thomas Johansson por motivos de saúde, e alegando que seu país não é membro da Otan.
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