Partido diz ser 'bode expiatório da corrupção' e prega velhas fórmulas como a radicalização à esquerda e o controle da imprensa
Eduardo Gonçalves e Felipe Frazão - VEJA
Em mais uma demonstração de total desconexão dos protestos de rua no país, dirigentes regionais do PT divulgaram nesta segunda-feira um manifesto que coloca o partido como vítima dos escândalos de corrupção surgidos nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
No centro do maior escândalo de corrupção da história, o petrolão, o partido reuniu em São Paulo presidentes dos 27 diretórios estaduais, a direção nacional da legenda e o ex-presidente Lula. O resultado foi um texto que repete explicações batidas para os problemas econômicos do Brasil, promete intolerância contra corruptos nunca praticada na legenda e sugere a radicalização política contra partidos de direita, a imprensa e o que chama de 'elite' - receita batizada como "reencontro com o PT dos anos 80".
O manifesto petista chega ao cúmulo de dizer que o partido, a esquerda e seus movimentos socais alinhados são alvos de uma campanha de criminalização com objetivo de atingir seu aniquilamento. "Querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia, em um contexto adverso de crise mundial prolongada", diz o texto, ao encampar as mesmas justificativas dadas pela presidente Dilma na TV - e rejeitadas por um sonoro panelaço.
Ao ignorar as insatisfações reveladas nos protestos de 15 de março, o PT também voltou a apontar os supostos artífices da ofensiva: a oposição derrotada nas eleições presidenciais, classificada como "maus perdedores". A cúpula petista insiste na tese de preconceito de classe contra os governos de Lula e Dilma.
"Como já propuseram no passado, é preciso acabar com a nossa raça. Para isso, vale tudo. Em nossa história de 35 anos, muitas vezes investiram contra nós. O fato mais marcante, numa longa trajetória de manipulações, foi imputarem ao PT o sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989", diz o texto. "É impensável que a gente possa ser acusado de corrupção", resumiu o presidente nacional do PT, Rui Falcão, após a reunião que se estendeu por cerca de oito horas.
Uma das propostas do manifesto é que petistas condenados por falcatruas sejam expulsos da legenda - algo que não ocorreu no escândalo do mensalão, o maior do governo Lula.
O partido diz que "erros ocorrem em uma organização que reúne milhares de filiados", em uma tentativa de encobrir que os investigados no petrolão fazem parte da cúpula do partido no Senado e da própria direção nacional, como o tesoureiro João Vaccari Neto, cujo destino na legenda só deve ser decidido em 17 de abril.
Os dirigentes regionais também apontam a necessidade de reformas internas na estrutura do partido a fim de abrir espaço para articulação com novos movimentos sociais desconectados do partido para formar uma frente ampla e "enfrentar a maré conservadora, combater a direita e a extrema-direita".
"Ao nosso quinto Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 1980, quando nos constituímos num partido com vocação democrática e transformação da sociedade".
Os dirigentes estaduais também defenderam que o partido dê uma guinada à esquerda, afastando-se do "pragmatismo pernicioso" e do "cretinismo parlamentar". Entre as medidas propostas para enfrentar a crise política que atravessa o início do segundo mandato de Dilma estão o apoio dos parlamentares petistas ao imposto sobre fortunas, à regulação da mídia e à reforma política.
No centro do maior escândalo de corrupção da história, o petrolão, o partido reuniu em São Paulo presidentes dos 27 diretórios estaduais, a direção nacional da legenda e o ex-presidente Lula. O resultado foi um texto que repete explicações batidas para os problemas econômicos do Brasil, promete intolerância contra corruptos nunca praticada na legenda e sugere a radicalização política contra partidos de direita, a imprensa e o que chama de 'elite' - receita batizada como "reencontro com o PT dos anos 80".
O manifesto petista chega ao cúmulo de dizer que o partido, a esquerda e seus movimentos socais alinhados são alvos de uma campanha de criminalização com objetivo de atingir seu aniquilamento. "Querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia, em um contexto adverso de crise mundial prolongada", diz o texto, ao encampar as mesmas justificativas dadas pela presidente Dilma na TV - e rejeitadas por um sonoro panelaço.
Ao ignorar as insatisfações reveladas nos protestos de 15 de março, o PT também voltou a apontar os supostos artífices da ofensiva: a oposição derrotada nas eleições presidenciais, classificada como "maus perdedores". A cúpula petista insiste na tese de preconceito de classe contra os governos de Lula e Dilma.
"Como já propuseram no passado, é preciso acabar com a nossa raça. Para isso, vale tudo. Em nossa história de 35 anos, muitas vezes investiram contra nós. O fato mais marcante, numa longa trajetória de manipulações, foi imputarem ao PT o sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989", diz o texto. "É impensável que a gente possa ser acusado de corrupção", resumiu o presidente nacional do PT, Rui Falcão, após a reunião que se estendeu por cerca de oito horas.
Uma das propostas do manifesto é que petistas condenados por falcatruas sejam expulsos da legenda - algo que não ocorreu no escândalo do mensalão, o maior do governo Lula.
O partido diz que "erros ocorrem em uma organização que reúne milhares de filiados", em uma tentativa de encobrir que os investigados no petrolão fazem parte da cúpula do partido no Senado e da própria direção nacional, como o tesoureiro João Vaccari Neto, cujo destino na legenda só deve ser decidido em 17 de abril.
Os dirigentes regionais também apontam a necessidade de reformas internas na estrutura do partido a fim de abrir espaço para articulação com novos movimentos sociais desconectados do partido para formar uma frente ampla e "enfrentar a maré conservadora, combater a direita e a extrema-direita".
"Ao nosso quinto Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 1980, quando nos constituímos num partido com vocação democrática e transformação da sociedade".
Os dirigentes estaduais também defenderam que o partido dê uma guinada à esquerda, afastando-se do "pragmatismo pernicioso" e do "cretinismo parlamentar". Entre as medidas propostas para enfrentar a crise política que atravessa o início do segundo mandato de Dilma estão o apoio dos parlamentares petistas ao imposto sobre fortunas, à regulação da mídia e à reforma política.
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