terça-feira, 31 de março de 2015

Alcoa deixa de produzir alumínio no país
Empresa americana cita altos preços da energia e suspende fabricação do produto primário na Alumar, em São Luís
Forma bruta é usada na construção e na indústria automotiva; restam no Brasil duas companhias na atividade
FSP
A Alcoa, uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, anunciou nesta segunda-feira (30) a suspensão da produção de alumínio primário no Brasil --atividade que vem sofrendo com a alta no preço da energia.
A empresa americana informou que interromperá as atividades da usina em São Luís, no Maranhão, cortando 74 mil toneladas de capacidade da Alumar. A parada deve ser concluída até 15 de abril.
O alumínio primário é a forma bruta não laminada do metal, usada pela indústria para obtenção de outros produtos, como peças para a construção civil e para a indústria automotiva.
A transformação da matéria-prima, a bauxita, em alumínio consome muita energia. Por isso, o alto custo do insumo prejudica a operação.
Por meio de comunicado, a Alcoa disse que "as condições desafiadoras do mercado global e os elevados custos operacionais tornaram a produção do metal inviável".
Com a decisão, a Alcoa deixará de produzir aproximadamente 740 mil toneladas de alumínio primário por ano, o equivalente a 21% de sua capacidade total de produção do metal.
Em maio de 2014, a companhia já havia paralisado a produção de 85 mil toneladas em São Luís. Em outubro, o corte atingiu mais 12 mil toneladas.
Na unidade de Poços de Caldas (MG), a atividade também já havia sido interrompida no ano passado.
"Continuamos a tomar medidas decisivas para criar um negócio competitivo em nível global, baseados em uma revisão da nossa capacidade nos negócios de produtos primários", disse por meio de comunicado Bob Wilt, presidente global do grupo de produtos primários da Alcoa.
Com a suspensão da produção da Alcoa, os produtores de alumínio primário no Brasil se reduzem à Votorantim Metais e à Albras Alumínio Brasileiro, controlada pela europeia Norsk Hydro, segundo a Abal (Associação Brasileira do Alumínio).
A Alumar era um dos maiores complexos do mundo para a produção de alumínio primário e alumina (óxido de alumínio). Foi inaugurada em julho de 1984, em parceria com as multinacionais Rio Tinto Alcan e BHP Billiton.
A Alcoa não informou quantos funcionários a Alumar emprega na atividade e qual será o destino deles.
Segundo a empresa, a produção de alumina da Alumar não será afetada.
PRODUÇÃO EM QUEDA
A produção de alumínio primário no Brasil somou 962 mil toneladas no ano passado, uma redução de 26% em comparação aos números de 2013.
No primeiro bimestre deste ano, a produção caiu 32% em comparação com o mesmo período de 2014, passando de 134,4 mil toneladas para 197,4 mil toneladas, de acordo com informações da Abal. 

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