Michael Powell - NYT
No final de fevereiro, o prefeito Bill de Blasio abriu uma coletiva de imprensa dando vazão a uma série de elogios a si mesmo.
Sua administração, trabalhando junto a sindicatos e moradores, havia salvado o Hospital do Long Island College, no Brooklyn.
"Este é um momento verdadeiramente histórico, um momento transcendente
para a saúde na cidade de Nova York", disse o prefeito. "A saúde está
protegida para cada uma e para todas as comunidades."
Estamos prestes a ver o fruto desses trabalhos à medida que a Universidade Estadual de Nova York, que é proprietária do hospital, prepara-se para assinar um contrato de venda. Eis um vislumbre prévio dos possíveis donos, que foram escolhidos por um comitê comunitário por ordem de um tribunal.
Um grupo desconhecido de desenvolvimento, o Brooklyn Health Partners, que nunca construiu nada em Nova York e nem se arriscou a fazer nada tão complexo quanto um hospital, planeja dar uma entrada de US$ 25 milhões. Seu parceiro, a Quorum Health Resources, é uma rede de administração de hospitais de fora do Estado que ainda precisa pedir uma certificação estadual.
As autoridades estaduais estão em dúvida. No início da semana elas estavam voltando atrás e considerando o segundo colocado, cuja proposta oferece um hospital de menor escala. Em sua candidatura, a Brooklyn Health Partners observou que não era contraditório um hospital de serviço completo prosperar. Isso soa ótimo. Infelizmente, na página seguinte, a empresa observa que planeja pedir à Quorum para analisar o mercado e conduzir uma "avaliação das necessidades da comunidade".
Traduzindo, isso significa que a Brooklyn Health Partners espera de fato lucrar. Quando o assunto é tijolo e cimento na cidade de Nova York, o empreendimento normalmente pode encontrar um lado positivo.
Na semana passada, e-mails da equipe de desenvolvimento chegaram às mãos da Crain's New York. Ao que parece eles imaginam duas torres de 50 andares em Cobble Hill, um bairro histórico onde a altura dos prédios é limitada a 15 metros.
Um torre teria apartamentos para venda, 80% a preços de mercado. A outra torre teria apartamentos para alugar, com 40% deles denominados como moradia acessível. Os desenvolvedores parecem ver isso como uma boa oferta.
"Você percebeu que eu disse 40%?" disse John Chantengco, corretor da HKS Capital Partners, em um e-mail para o diretor-executivo da Brooklyn Health Partners, Merrell G. Schexnydre. "Estamos oferecendo nosso negócio de mão beijada para de Blasio."
Não diga. Isso não entusiasmou muito os corações locais. "A proposta toda é ilusória", disse o conselheiro Bard Lander, cujo distrito inclui o hospital.
Eu telefonei para o desenvolvedor para discutir isso. Seu relações públicas me indicou uma declaração por e-mail. "Vários relatos de que a Brooklyn Health Partners tomou decisões sobre uso do solo relativas ao campus do Hospital Universitário de Long Island são absolutamente falsos", dizia. "Quando chegar o momento certo", acrescentou, o desenvolvedor discutirá seus planos com "várias partes interessadas da comunidade".
Bom, isso é um alívio.
O prefeito continua num tom otimista, porém menos exagerado. Poderia ser pior, disse ele. O hospital poderia ser fechado --em vez disso, a SUNY está pagando US$ 13 milhões por mês para manter uma equipe básica, tirando dinheiro que vem das contas bancárias de estudantes SUNY e de suas famílias em todo o Estado de Nova York. Eu deveria acrescentar que esses valores incluem as anuidades deste colunista e de sua mulher.
"Finalmente estamos tendo um processo coerente para proteger a saúde nessa comunidade", disse o prefeito, esperançoso.
Coerente? Não entremos em pânico. A Capital New York examinou as fichas usadas pelo comitê para escolher o atual vencedor. Ela descobriu que o arbitrário se empilhava sobre o descuido.
Em busca de uma explicação, telefonei para Stephen Berger. Ele é facilmente taxado como analista financeiro que mata hospitais. Há alguns anos, ele chefiou uma comissão do governo para examinar os hospitais estaduais e asilos. No Brooklyn, ele descobriu leitos hospitalares em excesso e pouquíssimas clínicas de serviço completo.
Ao colocar rapidamente o estetoscópio sobre o Long Island College Hospital, ele ouviu um coração fraco. "É uma instituição que está basicamente morrendo", disse ele.
Ele ouviu a conversa do salvador e tremeu. Um hospital foi salvo pelos motivos errados. "É isso que acontece quando você tenta politizar as escolhas de saúde pública", observou.
Na segunda-feira, repórteres perguntaram ao prefeito sobre as torres de 50 andares. "Não posso falar em teoria", disse ele, "até que tenhamos uma ideia de qual será o plano que de fato vai para frente".
A sensação é que a dúvida do Estado poderia livrar um prefeito constrangido de uma armadilha que ele mesmo preparou.
Tradutor: Eloise De Vylder (eu prefiro, Elô, soa mais "SEXY")
Estamos prestes a ver o fruto desses trabalhos à medida que a Universidade Estadual de Nova York, que é proprietária do hospital, prepara-se para assinar um contrato de venda. Eis um vislumbre prévio dos possíveis donos, que foram escolhidos por um comitê comunitário por ordem de um tribunal.
Um grupo desconhecido de desenvolvimento, o Brooklyn Health Partners, que nunca construiu nada em Nova York e nem se arriscou a fazer nada tão complexo quanto um hospital, planeja dar uma entrada de US$ 25 milhões. Seu parceiro, a Quorum Health Resources, é uma rede de administração de hospitais de fora do Estado que ainda precisa pedir uma certificação estadual.
As autoridades estaduais estão em dúvida. No início da semana elas estavam voltando atrás e considerando o segundo colocado, cuja proposta oferece um hospital de menor escala. Em sua candidatura, a Brooklyn Health Partners observou que não era contraditório um hospital de serviço completo prosperar. Isso soa ótimo. Infelizmente, na página seguinte, a empresa observa que planeja pedir à Quorum para analisar o mercado e conduzir uma "avaliação das necessidades da comunidade".
Traduzindo, isso significa que a Brooklyn Health Partners espera de fato lucrar. Quando o assunto é tijolo e cimento na cidade de Nova York, o empreendimento normalmente pode encontrar um lado positivo.
Na semana passada, e-mails da equipe de desenvolvimento chegaram às mãos da Crain's New York. Ao que parece eles imaginam duas torres de 50 andares em Cobble Hill, um bairro histórico onde a altura dos prédios é limitada a 15 metros.
Um torre teria apartamentos para venda, 80% a preços de mercado. A outra torre teria apartamentos para alugar, com 40% deles denominados como moradia acessível. Os desenvolvedores parecem ver isso como uma boa oferta.
"Você percebeu que eu disse 40%?" disse John Chantengco, corretor da HKS Capital Partners, em um e-mail para o diretor-executivo da Brooklyn Health Partners, Merrell G. Schexnydre. "Estamos oferecendo nosso negócio de mão beijada para de Blasio."
Não diga. Isso não entusiasmou muito os corações locais. "A proposta toda é ilusória", disse o conselheiro Bard Lander, cujo distrito inclui o hospital.
Eu telefonei para o desenvolvedor para discutir isso. Seu relações públicas me indicou uma declaração por e-mail. "Vários relatos de que a Brooklyn Health Partners tomou decisões sobre uso do solo relativas ao campus do Hospital Universitário de Long Island são absolutamente falsos", dizia. "Quando chegar o momento certo", acrescentou, o desenvolvedor discutirá seus planos com "várias partes interessadas da comunidade".
Bom, isso é um alívio.
O prefeito continua num tom otimista, porém menos exagerado. Poderia ser pior, disse ele. O hospital poderia ser fechado --em vez disso, a SUNY está pagando US$ 13 milhões por mês para manter uma equipe básica, tirando dinheiro que vem das contas bancárias de estudantes SUNY e de suas famílias em todo o Estado de Nova York. Eu deveria acrescentar que esses valores incluem as anuidades deste colunista e de sua mulher.
"Finalmente estamos tendo um processo coerente para proteger a saúde nessa comunidade", disse o prefeito, esperançoso.
Coerente? Não entremos em pânico. A Capital New York examinou as fichas usadas pelo comitê para escolher o atual vencedor. Ela descobriu que o arbitrário se empilhava sobre o descuido.
Em busca de uma explicação, telefonei para Stephen Berger. Ele é facilmente taxado como analista financeiro que mata hospitais. Há alguns anos, ele chefiou uma comissão do governo para examinar os hospitais estaduais e asilos. No Brooklyn, ele descobriu leitos hospitalares em excesso e pouquíssimas clínicas de serviço completo.
Ao colocar rapidamente o estetoscópio sobre o Long Island College Hospital, ele ouviu um coração fraco. "É uma instituição que está basicamente morrendo", disse ele.
Ele ouviu a conversa do salvador e tremeu. Um hospital foi salvo pelos motivos errados. "É isso que acontece quando você tenta politizar as escolhas de saúde pública", observou.
Na segunda-feira, repórteres perguntaram ao prefeito sobre as torres de 50 andares. "Não posso falar em teoria", disse ele, "até que tenhamos uma ideia de qual será o plano que de fato vai para frente".
A sensação é que a dúvida do Estado poderia livrar um prefeito constrangido de uma armadilha que ele mesmo preparou.
Tradutor: Eloise De Vylder (eu prefiro, Elô, soa mais "SEXY")
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