sábado, 1 de novembro de 2014

Kátia Abreu acha que eu sou um “terrorista” e que Dilma é uma “estadista”
Rodrigo Constantino - VEJA
Mostrei aqui ontem como a senadora Kátia Abreu perdeu a linha completamente, transformando-se, após tantas andanças por partidos diferentes, finalmente numa típica petista. Acusou-me de “terrorista” e tudo. Eis que em sua coluna de hoje na Folha ela resolve conclamar o povo brasileiro ao diálogo de união, supostamente demandado pela própria presidente Dilma, uma “estadista” para a senadora:
Kátia Abreu
O grau de puxa-saquismo da senadora já atingiu patamares muito constrangedores. Sinto vergonha alheia. Em seus ataques e impropérios de ontem, ela mencionou que não era “ingrata”. Resta saber qual tipo de gratidão ela tem para com DIlma. De qual espécie é essa troca?
Sabemos, ainda, que Kátia Abreu é cotada para assumir um ministério. Teria alguma ligação com essa rasgação de seda patética? Perguntar não ofende. Não estou acusando-a de nada, viu, senadora? Depois não venha se fazer de vítima e dizer que sofre bullying, ameaçando me processar. Estou apenas lhe dando uma oportunidade de esclarecimento, pois milhares de antigos admiradores seus hoje a repudiam com veemência.
Voltemos ao texto: é piada de mau gosto tentar deixar tudo para trás e falar em união agora, como se tal pedido da presidente fosse legítimo após o que fez em sua campanha. Kátia Abreu tenta deixar tudo isso no passado, como excessos cometidos no calor da disputa. Não! Trata-se de um método inaceitável, podre, de quem está disposto a “fazer o diabo” pelo poder. Talvez Kátia Abreu entenda melhor do que eu disso. Não sou muito ambicioso, e tenho muito apreço pela ética e a coerência…
Mais curioso ainda é a senadora falar em difamações, disputas exacerbadas, calúnias e o desejo de aniquilar o adversário, tratado como inimigo, e logo depois falar em valores republicanos citando Dilma como exemplo! Ora, não foi Dilma, sob o comando de João Santana, a que mais apelou para tais táticas pérfidas? Alguém realmente vai sustentar que tais ataques vieram dos dois lados igualmente? Perguntem a Marina Silva o que ela pensa.
Kátia Abreu acha que Dilma merece “trégua”, mas que de forma quase magnânima, pede apenas união. Quer dialogar, talvez como chegou a propor com os terroristas islâmicos. Como dialogar com quem quer nos destruir? Como dialogar com quem não encontra limites éticos e legais para se perpetuar no poder? Como dialogar com quem é ovacionada pelo ditador Maduro?
A senadora acha que o diálogo será o caminho do desenvolvimento sustentável. Não! O caminho do crescimento seria trocar o comando, mudar, substituir o modelo atual. Falar em estabilidade com Dilma no controle da economia é ridículo. E falar em ética, pior ainda.
Mas para Kátia Abreu, Dilma é uma estadista humilde e responsável, disposta a dialogar com todos em prol de um país melhor e mais ético, unido. Cabe à oposição aceitar o convite. A que ponto chega o declínio de uma pessoa? Será que Kátia Abreu não chegou ao fundo do poço ainda? Resta só se filiar de vez ao PT mesmo, e chamar Dilma de “presidenta”…

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