Reinaldo Azevedo - VEJA
Ai, que preguiça.
Como
sabem, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, classificou de “grosseira” a
desoneração da folha de pagamentos promovida pelo governo Dilma, quando
o ministro da Fazenda era Guido Mantega, e que foi revogada pelo
governo Dilma, agora que o ministro da Fazenda é… Levy.
Escrevi a respeito ontem o que segue:
“Mas cadê a admissão do erro? Não há. Parece que Dilma terceirizou o governo. Cabe a Levy desfazer as bobagens perpetradas no… governo Dilma. Às vezes, a gente tem a impressão de que o ministro é uma espécie de interventor. Não que isso seja necessariamente mau. É que a presidente é a petista, e isso é mau.”
“Mas cadê a admissão do erro? Não há. Parece que Dilma terceirizou o governo. Cabe a Levy desfazer as bobagens perpetradas no… governo Dilma. Às vezes, a gente tem a impressão de que o ministro é uma espécie de interventor. Não que isso seja necessariamente mau. É que a presidente é a petista, e isso é mau.”
Pois
é… Dona Dilma pretende estar certa fazendo uma coisa e também o seu
contrário. Alguém poderia objetar: “Ora, Reinaldo, isso é possível
quando há mudança de circunstâncias…” Claro que sim! Entendo que se deve
desonerar a folha, por exemplo, para aliviar a carga das empresas, de
modo que, entre os efeitos colaterais, esteja a manutenção de empregos.
Ora, hoje, tal expediente é mais necessário do que antes… Afinal, o
desemprego é crescente.
A
governanta resolveu censurar a fala de seu ministro, que classificou de
“infeliz”: é que Dilma se vê na contingência de defender o governo Dilma
mesmo quando o governo Dilma desfaz coisas aprovadas pelo governo
Dilma… Disse ela sobre Levy:
“Se não fosse importante, já teríamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo. O ministro e todos os setores estão comprometidos com a melhoria das condições fiscais do país. A desoneração da folha de pagamento é uma realidade e nós garantimos que haja um reajuste nas condições.”
“Se não fosse importante, já teríamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo. O ministro e todos os setores estão comprometidos com a melhoria das condições fiscais do país. A desoneração da folha de pagamento é uma realidade e nós garantimos que haja um reajuste nas condições.”
Então
tá. Fico imaginando como deve ser difícil para ela manter como seu
principal auxiliar alguém de quem discorda profundamente. Mas tem de
engoli-lo. Dilma nomeou um ministro da Fazenda que ela não pode demitir
nem que queira — não que eu defenda isso, deixo claro. Prefiro que fique
lá enquanto durar essa pantomima.
Que
coisa! Dilma sai em defesa de Dilma em razão das medidas adotadas pelo
governo Dilma contra medidas adotadas pelo governo Dilma. Dilma diz que
Dilma está errada, mas Dilma jura que errada quem está é Dilma.
Este blog decreta: as duas estão certas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário