Luiz Felipe de Alencastro
Fabrice Coffrini/AFP
A notícia de que os serviços secretos da Nova Zelândia (GCSB) espionaram os candidatos de diversos países que concorriam em 2013 à presidência da Organização Mundial do Comércio (OMC) lança novas luzes sobre os "5-Eyes".
Na sequência, o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito diretor-geral da OMC. Um dos candidatos ao posto era o então ministro do Comércio neozelandês, Tim Groser.
Os "5-Eyes", liderados pela National Security Agency (NSA) americana, são a rede de espionagem global incorporando os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a Austrália e a Nova Zelândia, cujas origens remontam à Segunda Guerra, como explica o jornal "The Guardian".
Mais uma vez ficou demonstrado que os governos dos "5-Eyes" espionam representantes de outros países por motivos econômicos e diplomáticos alheios à justificação central da existência da rede, a luta contra o terrorismo.
Um dos casos mais emblemáticos de espionagem econômica teve como alvo a Indonésia. Envolvido em negociações comerciais com os Estados Unidos, o governo de Jacarta contratou uma firma de advocacia de Chicago para assessorá-lo.
Segundo documentos vazados por Snowden e citados por Laura Poitras no "New York Times", os serviços secretos australianos monitoraram as conversas dos advogados americanos com o governo indonésio. Em seguida, passaram as informações para a NSA.
O negócio em si era relativamente banal, envolvendo exportações de camarões da Indonésia. Mas as consequências indiretas foram importantes.
Advogados americanos protestaram contra tais práticas. Segundo eles, sem a garantia de ter conversas telefônicas ou comunicações sigilosas nos seus escritórios americanos, teriam de viajar para o exterior a fim de encontrar pessoalmente seus clientes estrangeiros.
Parceiro do site de informações Intercept, de Glen Greenwald, na denúncia da espionagem de Roberto Azevêdo, o jornal neozelandês "The New Zeland Herald" nota que nem o Brasil, nem tampouco os outros países cujos representantes concorriam para o posto ambicionado por Tim Groser, tinham condições de espionar as comunicações do governo australiano.
País de 4,5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia tem um peso estratégico que vai muito além da Oceania.
Num certo sentido, graças à sua filiação aos "5-Eyes", ela pesa mais que a Alemanha ou a França, ou que o Brasil, excluídos do compartilhamento da rede planetária de espionagem da NSA.
Na sequência, o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito diretor-geral da OMC. Um dos candidatos ao posto era o então ministro do Comércio neozelandês, Tim Groser.
Os "5-Eyes", liderados pela National Security Agency (NSA) americana, são a rede de espionagem global incorporando os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a Austrália e a Nova Zelândia, cujas origens remontam à Segunda Guerra, como explica o jornal "The Guardian".
Mais uma vez ficou demonstrado que os governos dos "5-Eyes" espionam representantes de outros países por motivos econômicos e diplomáticos alheios à justificação central da existência da rede, a luta contra o terrorismo.
Um dos casos mais emblemáticos de espionagem econômica teve como alvo a Indonésia. Envolvido em negociações comerciais com os Estados Unidos, o governo de Jacarta contratou uma firma de advocacia de Chicago para assessorá-lo.
Segundo documentos vazados por Snowden e citados por Laura Poitras no "New York Times", os serviços secretos australianos monitoraram as conversas dos advogados americanos com o governo indonésio. Em seguida, passaram as informações para a NSA.
O negócio em si era relativamente banal, envolvendo exportações de camarões da Indonésia. Mas as consequências indiretas foram importantes.
Advogados americanos protestaram contra tais práticas. Segundo eles, sem a garantia de ter conversas telefônicas ou comunicações sigilosas nos seus escritórios americanos, teriam de viajar para o exterior a fim de encontrar pessoalmente seus clientes estrangeiros.
Parceiro do site de informações Intercept, de Glen Greenwald, na denúncia da espionagem de Roberto Azevêdo, o jornal neozelandês "The New Zeland Herald" nota que nem o Brasil, nem tampouco os outros países cujos representantes concorriam para o posto ambicionado por Tim Groser, tinham condições de espionar as comunicações do governo australiano.
País de 4,5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia tem um peso estratégico que vai muito além da Oceania.
Num certo sentido, graças à sua filiação aos "5-Eyes", ela pesa mais que a Alemanha ou a França, ou que o Brasil, excluídos do compartilhamento da rede planetária de espionagem da NSA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário