Operação inclui quatro nepalesas que alugaram úteros a casais israelenses
Após Índia endurecer regras a estrangeiros que se valem da prática, Nepal se tornou opção a quem busca o serviço
PATRÍCIA CAMPOS MELLO - FSP
O governo de Israel vai resgatar 26 bebês recém-nascidos de barriga de
aluguel no Nepal e quatro grávidas nepalesas que alugaram seus úteros a
israelenses, na maioria casais gays.
Nos últimos dois dias já foram levados para Israel oito dos bebês, após o
violento terremoto no sábado (25) que deixou mais de 4.000 mortos. Na
noite de segunda (27), outros 12 recém-nascidos e seus pais israelenses
embarcariam em um avião de resgate.
Desde que a Índia endureceu as regras para os estrangeiros que querem ter filhos de barriga de aluguel, o Nepal virou uma meca para gays e solteiros israelenses em busca do serviço. Há mais de cem mulheres nepalesas e indianas em Kathmandu grávidas de filhos de israelenses.
No procedimento, após a inseminação artificial utilizando o esperma do pai e o óvulo da mãe ou de uma doadora, implanta-se o embrião no útero da "mãe de aluguel".
"As pessoas não se dão conta do alcance da destruição", disse à Associated Press o cantor israelense Ohad Hitman, que estava em um avião de resgate com seu parceiro Ran Harush, seu filho de dois anos, Barry, e a recém-nascida Eva.
"Há dezenas de outros bebês vivendo em condições desumanas."
Só uma agência de barriga de aluguel baseada em Tel Aviv, a Lotus Surrogacy, teve 20 nascimentos de bebês de barriga de aluguel no Nepal desde janeiro do ano passado, todos comissionados por pais solteiros ou casais gays.
O processo de barriga de aluguel é permitido em Israel, mas apenas para casais heterossexuais, embora um projeto de lei que ampliará o acesso esteja tramitando.
A Índia era o principal destino para casais com dificuldades para engravidar ou solteiros que gostariam de ter filhos com ajuda de barriga de aluguel. Mas, a partir de 2012, o governo indiano passou a dar vistos apenas a casais heterossexuais casados há mais de dois anos no papel.
O governo também passou a exigir uma carta das embaixadas atestando que o país de origem do casal aceita a prática de barriga de aluguel e permite a entrada do bebê como filho biológico.
Agora, está em discussão uma lei que pode impossibilitar qualquer estrangeiro de buscar serviços de barriga de aluguel na Índia, reservando o serviço para casais heterossexuais indianos.
Diante das dificuldades, algumas mães de aluguel indianas vão até o Nepal dar à luz.
No Nepal, o governo permite que estrangeiros busquem mães de aluguel e facilita a documentação para saída dos bebês, argumentando que isso estimula o turismo médico no país.
Normalmente, o processo custa em torno de US$ 20 mil no país, bem abaixo do custo nos EUA, onde ultrapassa os US$ 100 mil.
AS MÃES QUE FICAM
A operação de resgate dos pais e bebês israelenses no Nepal despertou críticas.
"Tenho visto grande preocupação com a remoção de pais israelenses e seus bebês da área, pelo temor de tremores secundários, e pressões para acelerar o processo burocrático que permite trazer os bebês para Israel; mas não vi nenhuma palavra sobre o que vai acontecer com as mães de aluguel que acabaram de dar à luz", escreveu o ativista social Alon Lee-Green no jornal israelense Haaretz.
O ministro da Justiça israelense, Yehuda Weinstein, autorizou mães de aluguel em avançado estágio da gestação a viajarem para Israel.
Entre as cem mães de aluguel de bebês israelenses em Kathmandu, 20 estão na fase final de gestação, mas não se sabe o que vai acontecer com as outras 80.
Israel mandou uma equipe de emergência de 260 pessoas para o Nepal, além de 95 toneladas de ajuda humanitária e equipamentos médicos, entre eles instalações para partos.
Desde que a Índia endureceu as regras para os estrangeiros que querem ter filhos de barriga de aluguel, o Nepal virou uma meca para gays e solteiros israelenses em busca do serviço. Há mais de cem mulheres nepalesas e indianas em Kathmandu grávidas de filhos de israelenses.
No procedimento, após a inseminação artificial utilizando o esperma do pai e o óvulo da mãe ou de uma doadora, implanta-se o embrião no útero da "mãe de aluguel".
"As pessoas não se dão conta do alcance da destruição", disse à Associated Press o cantor israelense Ohad Hitman, que estava em um avião de resgate com seu parceiro Ran Harush, seu filho de dois anos, Barry, e a recém-nascida Eva.
"Há dezenas de outros bebês vivendo em condições desumanas."
Só uma agência de barriga de aluguel baseada em Tel Aviv, a Lotus Surrogacy, teve 20 nascimentos de bebês de barriga de aluguel no Nepal desde janeiro do ano passado, todos comissionados por pais solteiros ou casais gays.
O processo de barriga de aluguel é permitido em Israel, mas apenas para casais heterossexuais, embora um projeto de lei que ampliará o acesso esteja tramitando.
A Índia era o principal destino para casais com dificuldades para engravidar ou solteiros que gostariam de ter filhos com ajuda de barriga de aluguel. Mas, a partir de 2012, o governo indiano passou a dar vistos apenas a casais heterossexuais casados há mais de dois anos no papel.
O governo também passou a exigir uma carta das embaixadas atestando que o país de origem do casal aceita a prática de barriga de aluguel e permite a entrada do bebê como filho biológico.
Agora, está em discussão uma lei que pode impossibilitar qualquer estrangeiro de buscar serviços de barriga de aluguel na Índia, reservando o serviço para casais heterossexuais indianos.
Diante das dificuldades, algumas mães de aluguel indianas vão até o Nepal dar à luz.
No Nepal, o governo permite que estrangeiros busquem mães de aluguel e facilita a documentação para saída dos bebês, argumentando que isso estimula o turismo médico no país.
Normalmente, o processo custa em torno de US$ 20 mil no país, bem abaixo do custo nos EUA, onde ultrapassa os US$ 100 mil.
AS MÃES QUE FICAM
A operação de resgate dos pais e bebês israelenses no Nepal despertou críticas.
"Tenho visto grande preocupação com a remoção de pais israelenses e seus bebês da área, pelo temor de tremores secundários, e pressões para acelerar o processo burocrático que permite trazer os bebês para Israel; mas não vi nenhuma palavra sobre o que vai acontecer com as mães de aluguel que acabaram de dar à luz", escreveu o ativista social Alon Lee-Green no jornal israelense Haaretz.
O ministro da Justiça israelense, Yehuda Weinstein, autorizou mães de aluguel em avançado estágio da gestação a viajarem para Israel.
Entre as cem mães de aluguel de bebês israelenses em Kathmandu, 20 estão na fase final de gestação, mas não se sabe o que vai acontecer com as outras 80.
Israel mandou uma equipe de emergência de 260 pessoas para o Nepal, além de 95 toneladas de ajuda humanitária e equipamentos médicos, entre eles instalações para partos.
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