quinta-feira, 30 de abril de 2015

Lulinha e a educação: para os filhos dos trabalhadores, greve de professores; para o filho de Lula, escola privada, “de elite”
Reinaldo Azevedo - VEJA
A Apeoesp, o sindicato dos professores da rede oficial de ensino, está em greve há mais de 40 dias. O movimento atinge só uma minoria da categoria, mas é claro que gera transtornos. Desde que o PT existe, a Apeoesp é um mero aparelho da legenda. Usa os professores como massa de manobra da política do partido. Pois é…
Já que Fábio Luís da Silva, o Lulinha, voltou a ser notícia, cumpre-me lhes dar aqui uma informação. O rapaz que hoje mora num apartamento de R$ 6 milhões e se fez um próspero empresário depois que Lulão se tornou presidente não vivia como um filho da classe operária nem quando o pai era um sindicalista.
Enquanto os petistas já buscavam organizar greves entre os professores da rede oficial de ensino, Lulinha estudava no Colégio Singular, em Santo André, que era, então, a melhor e mais afamada escola privada do ABC. Dispunha de uma bolsa de estudos. Como eu sei? Eu era professor do colégio. Não! Lulinha não foi meu aluno.
Vejam bem… Não estou entre aqueles que acham que Lula e Dilma deveriam, obrigatoriamente, ter se tratado do câncer que os acometeu na rede pública de saúde. Escrevi sobre o assunto na época. Recorram ao arquivo. Mas acho, sim, que não havia nada de errado em lhes fazer o questionamento.
Já a educação é outra conversa. Não se está lidando com uma doença com potencial para matar, quando se tem apenas uma vida. Nada disso! Já na década de 80, enquanto os liderados de Lula faziam agitação entre os professores e submetiam os filhos dos trabalhadores a seus caprichos, deixando-os sem aula em movimentos grevistas, o rebento do companheiro gozava dos benefícios — com bolsa, inclusive — de uma escola privada.
A hipocrisia nunca foi o menor dos problemas do petismo, não é mesmo?

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