Daniel Buarque - UOL
A
visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos se tornou
manchete nos principais veículos de comunicação brasileiros na tarde
desta terça-feira (30), mas foi virtualmente ignorada pela mídia
norte-americana. Publicados como notícia principal da imprensa do
Brasil, os acordos firmados entre Dilma e Barack Obama ganharam chamadas
mínimas, no rodapé das páginas iniciais, dos portais de jornalismo dos
EUA.
Por mais que quase toda a imprensa norte-americana tenha noticiado a viagem da líder brasileira e discutido a relação entre os dois países ao longo das últimas semanas, defendendo até mesmo que o Brasil precisa ser levado a sério, a diferença de destaque dado pela mídia dos dois países evidencia o quanto os interesses brasileiros estavam muito mais em jogo de que os dos americanos.
O Brasil está representado no encontro em um momento delicado, com economia em crise e com incertezas sobre seu posicionamento global, enquanto os Estados Unidos aparecem como “fiadores'', dispostos a ajudar o país que enfrenta problemas. Tanto é assim que os jornais norte-americanos deram atenção ao fato de que o Brasil “cedeu'' na disputa de anos atrás, quando Dilma havia cancelado a viagem aos EUA por conta dos escândalos de espionagem, mas que agora diz “confiar'' nos americanos.
A imprensa brasileira destacou muito as notícias de política e economia, assim como os acordos para proteger o ambiente e acabar com o desmatamento, negociações para facilitar a entrada de turistas de um país no outro, a superação da crise de espionagem.
Os principais sites de jornalismo dos EUA, entretanto, deram apenas pequenas notas sobre o encontro da presidente com Barack Obama, sem dar muita atenção aos acordos firmados – o que representa um interesse limitado nos temas do encontro. Nos veículos de comunicação dos EUA, temas sobre a economia da Grécia e notícias da política interna norte-americana ganharam muito mais destaque.
O “New York Times'', por exemplo, publicou uma pequena nota na área de “outras notícias'' da página principal: “EUA e Brasil fazem acordo de ações contra mudanças climáticas'', diz. A reportagem do jornal ignora outras negociações do encontro, entretanto.
O “Wall Street Journal'', principal jornal de economia dos EUA, chamou em sua página inicial uma pequena reportagem sobre a visita, mas o foco não é exatamente as negociações entre os dois países. “Irã, Grécia e mudanças climáticas dominam encontro Brasil-EUA'', diz. Mesmo o “Washington Post'', jornal que entrevistou Dilma com exclusividade antes da viagem e deu destaque às declarações dela de que sofre ataques por “machismo'', deixou de lado a cobertura intensa duranet a visita, sem destacar os avanços do encontro.
A capa do portal do jornal “USA Today'' ignorou qualquer assunto relacionado a política e economia, e chamou apenas uma pequena nota, no fim da página, com a notícia de que Dilma convidou Obama para as Olimpíadas de 2016. O “Los Angeles Times'', quarto jornal mais vendido nos EUA, ignorou a visita da presidente, e publicou apenas um vídeo não tratado da agência de notícias Reuters, encontrado por quem busca por “Brazil'' em sua página.
É verdade que o levantamento é uma amostra apenas da cobertura em “tempo real'', e que é possível que os jornais sejam publicados com um pouco mais de destaque para o encontro dos dois presidentes. Mesmo assim, a atenção dada em tempo real pela imprensa do Brasil e dos Estados Unidos é um forte indício de que os brasileiros estavam muito mais interessados no encontro de que os norte-americanos.
Por mais que quase toda a imprensa norte-americana tenha noticiado a viagem da líder brasileira e discutido a relação entre os dois países ao longo das últimas semanas, defendendo até mesmo que o Brasil precisa ser levado a sério, a diferença de destaque dado pela mídia dos dois países evidencia o quanto os interesses brasileiros estavam muito mais em jogo de que os dos americanos.
O Brasil está representado no encontro em um momento delicado, com economia em crise e com incertezas sobre seu posicionamento global, enquanto os Estados Unidos aparecem como “fiadores'', dispostos a ajudar o país que enfrenta problemas. Tanto é assim que os jornais norte-americanos deram atenção ao fato de que o Brasil “cedeu'' na disputa de anos atrás, quando Dilma havia cancelado a viagem aos EUA por conta dos escândalos de espionagem, mas que agora diz “confiar'' nos americanos.
A imprensa brasileira destacou muito as notícias de política e economia, assim como os acordos para proteger o ambiente e acabar com o desmatamento, negociações para facilitar a entrada de turistas de um país no outro, a superação da crise de espionagem.
Os principais sites de jornalismo dos EUA, entretanto, deram apenas pequenas notas sobre o encontro da presidente com Barack Obama, sem dar muita atenção aos acordos firmados – o que representa um interesse limitado nos temas do encontro. Nos veículos de comunicação dos EUA, temas sobre a economia da Grécia e notícias da política interna norte-americana ganharam muito mais destaque.
O “New York Times'', por exemplo, publicou uma pequena nota na área de “outras notícias'' da página principal: “EUA e Brasil fazem acordo de ações contra mudanças climáticas'', diz. A reportagem do jornal ignora outras negociações do encontro, entretanto.
O “Wall Street Journal'', principal jornal de economia dos EUA, chamou em sua página inicial uma pequena reportagem sobre a visita, mas o foco não é exatamente as negociações entre os dois países. “Irã, Grécia e mudanças climáticas dominam encontro Brasil-EUA'', diz. Mesmo o “Washington Post'', jornal que entrevistou Dilma com exclusividade antes da viagem e deu destaque às declarações dela de que sofre ataques por “machismo'', deixou de lado a cobertura intensa duranet a visita, sem destacar os avanços do encontro.
A capa do portal do jornal “USA Today'' ignorou qualquer assunto relacionado a política e economia, e chamou apenas uma pequena nota, no fim da página, com a notícia de que Dilma convidou Obama para as Olimpíadas de 2016. O “Los Angeles Times'', quarto jornal mais vendido nos EUA, ignorou a visita da presidente, e publicou apenas um vídeo não tratado da agência de notícias Reuters, encontrado por quem busca por “Brazil'' em sua página.
É verdade que o levantamento é uma amostra apenas da cobertura em “tempo real'', e que é possível que os jornais sejam publicados com um pouco mais de destaque para o encontro dos dois presidentes. Mesmo assim, a atenção dada em tempo real pela imprensa do Brasil e dos Estados Unidos é um forte indício de que os brasileiros estavam muito mais interessados no encontro de que os norte-americanos.
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